Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
Você, provavelmente, já ouviu falar sobre o transtorno do espectro autista (TEA), transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou dislexia, não é mesmo?
Pois então saiba que essas são algumas condições que se encaixam dentro da neurodivergência.
Conhecer e entender o significado deste conceito é muito importante para quebrarmos preconceitos, ter um olhar mais empático e, inclusive, saber reconhecer quando nós mesmos ou pessoas ao nosso redor possam ser neurodivergentes.
E não tem nenhum problema nisso! Afinal, a neurodivergência não é uma doença.
Por isso, neste artigo, nos aprofundaremos neste assunto e traremos a definição dos principais conceitos que você precisa conhecer. Boa leitura!
O que é neurodivergência?
De forma básica, a neurodivergência refere-se a uma condição na qual o funcionamento cerebral difere de forma significativa do que é tipicamente esperado, podendo interferir na cognição, comunicação, processamento sensorial e comportamento do indivíduo.
Esse conceito visa quebrar os preconceitos e estereótipos existentes em relação às diferentes formas de funcionamento do cérebro e das condições que aqui estão incluídas, como autismo e TDAH.
Portanto, quando falamos da neurodivergência, estamos promovendo a aceitação e a inclusão de todas as formas de cognição e, consequentemente, de todos os indivíduos.
Assim sendo, em vez de considerar as diferenças neurológicas como um problema, a neurodivergência destaca e celebra as variações naturais do funcionamento do cérebro.
O que é neurodivergente?
Como você já deve imaginar, neurodivergente é a pessoa que possui um funcionamento cerebral de maneira diferente do que é comumente e socialmente esperado.
Isso significa que a forma como ela pensa, aprende, se comporta e interage com o mundo ao seu redor é diferenciada, o que não significa que isso seja um problema. O que muda é a forma como ele encara e se relaciona com o mundo e usufrui das experiências sensoriais.
Qual é a diferença entre neurotípico e neurodivergente?
Neurotípico refere-se ao padrão neurocognitivo convencional em uma sociedade. Ou seja, de forma básica, nesse conceito o funcionamento cerebral de um indivíduo neurotípico se enquadra nas expectativas convencionais e sociais.
Por outro lado, neurodivergente, como vimos, é um termo usado para se referir a pessoas cujos cérebros funcionam de forma diferente dos padrões típicos e comumente esperados.
No entanto, independentemente dessas distinções, tanto as pessoas neurotípicas quanto as neurodivergentes são dignas de respeito.
Entender que não há um problema nessa diferença, mas apenas uma diversidade natural de processamentos cerebrais, é importante para a inclusão e respeito mútuo.
Principais tipos de neurodivergência
A neurodivergência inclui diversas condições – muitas delas conhecidas por nós. A seguir, listamos alguns dos principais exemplos:
Transtorno do espectro autista (TEA)
Essa é uma condição neurobiológica caracterizada, sobretudo, pelas dificuldades de comunicação e interação social, além de comportamentos restritos e repetitivos.
O espectro do TEA é bem amplo, o que significa que existem diferentes níveis nesses desafios, desde os mais leves até os mais severos.
Os seus primeiros sintomas aparecem ainda na infância, mas pode acontecer de o diagnóstico ser tardio, já na fase adulta.
Suas causas ainda não são totalmente compreendidas, no entanto, sabe-se que fatores genéticos e ambientais possuem um importante papel no desencadeamento do autismo.
Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)
O TDAH é mais um transtorno neurobiológico. Ele afeta a atenção, impulsividade e hiperatividade (energia) de um indivíduo.
Também apresenta seus primeiros sinais na infância e acompanha o indivíduo por toda a vida. No entanto, com o devido acompanhamento, é possível minimizar os seus impactos.
Pessoas com o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade se distraem facilmente, têm dificuldade para organizar e para finalizar tarefas, são impulsivas e inquietas, entre outras características. No entanto, costumam ter pensamentos rápidos, criatividade e energia.
Convém mencionar que o acompanhamento psicológico, o apoio educacional e, quando necessário, o uso de medicamentos contribui enormemente para que o indivíduo consiga ter uma vida sem grandes interferências da condição.
Síndrome de Tourette
A síndrome de Tourette é uma condição do neurodesenvolvimento que envolve movimentos repetitivos incontroláveis ou sons indesejados/tiques (piscar olhos com frequência e rapidez, repetir palavras sem controle, etc.) que trazem múltiplos incômodos para o indivíduo, trazendo desconforto social e emocional.
O início dos tiques da síndrome ocorre ainda na infância, sendo que na pré-adolescência eles costumam atingir seu ápice. Vale dizer que não existe um momento exato para eles se manifestarem, entretanto, sua ocorrência é recorrente.
As causas da síndrome de Tourette estão associadas a fatores genéticos e fisiológicos, bem como às questões comportamentais, como ansiedade e estresse constantes.
Dislexia
A dislexia, por sua vez, é uma condição relacionada principalmente à aprendizagem e ao desenvolvimento escolar. De forma geral, ela dificulta a realização da leitura e escrita plena.
Assim, dentre os seus principais sintomas estão: desatenção, dificuldade de soletrar, leitura lenta, atraso na coordenação motora, troca de letras com sons e/ou grafias parecidas, interpretação de texto falha, etc.
A adaptação no ambiente escolar, o acompanhamento psicológico e o auxílio de um fonoaudiólogo são algumas formas de possibilitar que o indivíduo com dislexia consiga aprender e, assim, não sofra com os prejuízos da condição.
Dispraxia
Por fim, uma outra condição que também está presente dentro da neurodivergência é a dispraxia. Esse é um transtorno neurológico que afeta a coordenação motora, gerando dificuldades para o controle dos músculos, além de atrasar as funções motoras.
Nesse cenário, entre alguns dos sintomas que podem indicar a presença da dispraxia, estão: dificuldade em manter o equilíbrio e de ter percepção espacial, problemas com a postura corporal, dificuldade de organizar os pensamentos, etc.
Ou seja, ela envolve tanto o desafio para pensar quanto para planejar os movimentos.
Como identificar a neurodiversidade?
De forma geral, a neurodivergência implicará em distinções na forma como o indivíduo se comunica e interage socialmente, aprende, resolve os seus problemas, processa informações sensoriais, interage com o mundo e lida com o tempo e espaço ao seu redor.
Isso, no entanto, é bastante genérico, uma vez que cada condição apresentará sintomas e características específicas, como deu para perceber no tópico anterior.
Sendo assim, diante de qualquer suspeita de que você ou alguém próximo possa ser uma pessoa neurodivergente, procure uma ajuda profissional.
Não há nenhum problema nisso, afinal, a neurodivergência é apenas uma variação natural do cérebro em processar informações.
Contudo, a ajuda profissional pode te ajudar a lidar melhor com essa diversidade para, assim, ter uma melhor qualidade de vida e bem-estar! Pense nisso!
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...