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A obsessão, um fenômeno complexo e multifacetado, é objeto de interesse em diversas áreas, desde a psicologia até a literatura, o cinema e a filosofia.
Apesar desse termo fazer parte do nosso vocabulário, poucas pessoas param para compreender as consequências de quadros obsessivos para um indivíduo e aos que estão ao seu redor.
Afinal, ela por vezes, pode desencadear comportamentos compulsivos, formando um ciclo que pode ser desafiador de quebrar.
Se você quer compreender melhor o funcionamento, os diferentes aspectos da obsessão, seus potenciais impactos na saúde mental e na qualidade de vida, assim como as abordagens terapêuticas que visam entender e tratar essa condição, continue lendo este texto.
O que é obsessão?
A obsessão é um estado mental caracterizado pela presença persistente e involuntária de pensamentos, imagens ou impulsos intrusivos que causam ansiedade significativa. Estes são indesejados e geralmente causam desconforto ao indivíduo. A pessoa pode tentar ignorar ou suprimir esses pensamentos, mas eles continuam a retornar de forma persistente.
As obsessões podem abranger uma variedade de temas, como preocupações com a segurança pessoal, medos irracionais, pensamentos agressivos ou sexuais indesejados, entre outros. Por isso, esses pensamentos não refletem necessariamente os desejos ou valores da pessoa, e muitas vezes ela reconhece que essas obsessões são irracionais.
Elas também podem se manifestar por meio de hiperfoco em determinados elementos e até mesmo pessoas. Além disso, também é bastante comum em crianças.
Como funciona a obsessão?
A obsessão funciona como um ciclo de pensamentos intrusivos, geralmente associados a algum tema específico. Então, o processo típico envolve os seguintes elementos:
- Obsessões involuntárias
Uma pessoa experimenta pensamentos, imagens ou impulsos indesejados que surgem involuntariamente em sua mente. Essas obsessões são frequentemente irracionais, perturbadoras e causam ansiedade.
- Reconhecimento da irracionalidade
O indivíduo geralmente reconhece que esses pensamentos são irracionais e não refletem seus verdadeiros desejos ou valores. No entanto, a simples consciência da irracionalidade não impede a persistência das obsessões e não conseguem parar.
- Ansiedade e desconforto
As obsessões causam ansiedade e desconforto significativos. Por isso, a pessoa pode se sentir angustiada, preocupada, envergonhada ou culpada devido aos pensamentos intrusivos.
- Compulsões ou comportamentos de alívio
Para lidar com a ansiedade gerada pelas obsessões, a pessoa pode realizar compulsões ou comportamentos repetitivos, em uma tentativa de evitar uma situação temida — ou seja, uma procrastinação causada pelo medo ou angústia.
Isso pode envolver comer em grandes quantidades o mesmo alimento, passar o dia consumindo algum tipo de conteúdo específico, cuidar excessivamente da vida de alguém, entre outras ações.
- Alívio temporário
As compulsões podem proporcionar um alívio temporário da ansiedade, o que reforça o ciclo. No entanto, esse alívio é passageiro, e as obsessões geralmente retornam, iniciando o ciclo novamente.
- Efeito de reforço negativo
O ciclo de obsessão e compulsão cria um padrão de reforço negativo. A pessoa aprende que realizar compulsões temporariamente alivia a ansiedade, mas isso não resolve a causa subjacente das obsessões.
Quando a obsessão é prejudicial?
A obsessão pode ser prejudicial quando se torna excessiva, descontrolada e interfere negativamente na vida diária de uma pessoa. Por isso, aqui estão alguns pontos de atenção relacionados ao comportamento obsessivo:
- Saúde Mental
A obsessão pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e transtornos obsessivo-compulsivos (TOC). Então, o foco constante em um determinado pensamento, preocupação ou comportamento pode levar a um estado mental negativo.
- Relacionamentos
A obsessão pode prejudicar relacionamentos pessoais, tanto familiares quanto românticos. Por isso, a pessoa pode se tornar tão absorvida por seus pensamentos ou interesses que negligencia os relacionamentos significativos em sua vida.
- Desempenho no trabalho ou estudos
Se a obsessão consome grande parte do tempo e energia de uma pessoa, isso pode afetar seu desempenho no trabalho ou nos estudos. Então, a falta de foco em outras áreas da vida pode levar a consequências negativas e falta de avanço no seu dia a dia.
- Saúde física
A obsessão pode ter impactos na saúde física, especialmente se estiver relacionada a comportamentos prejudiciais, como dietas extremas, exercícios excessivos ou outros hábitos pouco saudáveis.
- Qualidade de vida geral
Quando a obsessão domina a vida de uma pessoa, a qualidade de vida pode diminuir. Então, a pessoa pode se sentir constantemente estressada, incapaz de relaxar ou desfrutar de atividades prazerosas devido à sua concentração constante em um único tema.
- Autoimagem
A obsessão pode afetar a autoimagem e a autoestima, especialmente se estiver relacionada a padrões de perfeição ou autocrítica constante.
- Concentração extrema
A pessoa pode dedicar uma quantidade significativa de tempo e energia mental à obsessão, dificultando a capacidade de se concentrar em outras tarefas ou áreas da vida.
- Comportamentos de risco
Em alguns casos, obsessões podem levar a comportamentos de risco. Por exemplo, quando ela está relacionada à segurança pode resultar em comportamentos excessivamente cautelosos, enquanto uma obsessão sobre o corpo pode levar a práticas alimentares prejudiciais.
- Autoisolamento
A pessoa obsessiva pode se isolar socialmente devido ao medo de ser julgada ou de não conseguir lidar com situações sociais. Por isso, pode contribuir para a solidão e a sensação de alienação.
Comportamento abusivo
Confira no nosso guia completo sobre psicólogo e psicoterapia. Nele você encontrará dicas do que considerar na escolha do seu psicólogo.
Há determinadas situações nas quais uma pessoa obsessiva pode manifestar comportamentos que se tornam abusivos em relacionamentos interpessoais, como é o caso de descontar emoções negativas no parceiro.
Algumas obsessões podem levar a comportamentos compulsivos que colocam demandas excessivas sobre os outros. Então, isso pode incluir expectativas irrealistas, verificações constantes ou exigências emocionais que podem ser percebidas como abusivas.
Como tratar a obsessão
A consciência desses impactos negativos é um passo importante para buscar ajuda e tratamento, não apenas para o indivíduo obsessivo, mas também para o bem-estar geral das relações interpessoais. A busca de apoio profissional pode ajudar a entender e abordar esses desafios, promovendo uma comunicação aberta e saudável nas relações afetadas.
O tratamento muitas vezes é uma combinação de abordagens terapêuticas e, em alguns casos, intervenções farmacológicas. No entanto, a decisão de usar medicamentos deve ser feita em consulta com um profissional de saúde, e os benefícios e efeitos colaterais devem ser cuidadosamente considerados.
Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)
A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é frequentemente considerada a abordagem terapêutica mais eficaz para o tratamento da obsessão. Então, durante a TCC, o indivíduo trabalha com um terapeuta para identificar, questionar e modificar padrões de pensamento disfuncionais associados às obsessões.
A terapia também pode incluir exposição gradual a situações que desencadeiam a ansiedade, ajudando a pessoa a aprender a tolerar o desconforto sem recorrer a compulsões.
Além disso, o suporte de amigos, familiares e grupos de apoio pode ser valioso no processo de tratamento, uma vez que a compreensão e o apoio dos entes queridos podem ser fundamentais para o progresso.
Se você ou alguém que você conhece está enfrentando comportamentos obsessivos que estão se tornando abusivos, é crucial buscar ajuda profissional. Por isso, a intervenção precoce e o tratamento adequado são essenciais para promover relações saudáveis e prevenir a escalada de comportamentos abusivos.
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Autor: psicologa Psicóloga Amanda Mendes - CRP 06/155761Formação: A psicóloga Amanda é formada há cinco anos pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas e atua em seus atendimentos com base na Psicanálise. A partir da análise e da observação consegue identificar vestígios de traumas, desejos ou ideias que tenham sido reprimidas...
Obrigada pelas informações, me ajudou muito.❤️
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