Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
Socialmente, a maternidade é definida como o amor incondicional da mãe pelo filho e da anulação de suas vontades e desejos em detrimento da cria. É como se todas as mães tivessem, obrigatoriamente, que se sacrificar pelos seus filhos.
Acontece que alguns filósofos, como Elisabeth Badinter, atribuem esse “instinto” ao mito do amor materno, isto é, à romantização da maternidade, o que pode acarretar diversos impactos para a mulher e para o filho.
Quer saber mais sobre esse assunto? Continue acompanhando este artigo!
O que é o mito do amor materno?
O mito do amor materno é um conceito que vai contra à romantização da maternidade. Isso porque, ele não acredita que o amor materno seja instintivo e natural, como a sociedade sempre acreditou e defendeu.
Em contrapartida, esse mito acredita que é do cuidado, das trocas e do vínculo entre mãe e filho que surge o amor, e não que isso seja algo com o qual toda mulher já nasce.
Portanto, é um conceito que vai contra a ideia de que toda mulher nasceu para ser mãe e que ela só alcança a sua plenitude por meio da maternidade.
Por que não se deve romantizar a maternidade?
Por causa de uma construção histórica, a figura materna sempre foi vista como algo sagrado e pleno. Nesse sentido, a maternidade tende a ser vista de forma romantizada, heroica e ideal. Entretanto, essa visão, apesar de acompanhar a sociedade há séculos, é danosa.
Isso acontece porque a romantização da maternidade tende a limitar e a definir a forma como a mulher deve criar seus filhos,
Sobretudo como elas devem enxergá-los. No entanto, sabe-se que essa é uma questão que varia de família para família.
Além disso, o amor materno romantizado gera cobranças na mulher que opta por não ter filhos.
Como se ela não estivesse dentro dos padrões ou não tivesse esse direito de recusa. Ou seja, soa como uma obrigação.
Portanto, o amor materno fantasioso tende a trazer inúmeros impactos para a vida das mães e das crianças que serão criadas por mulheres com conflitos internos que foram criados e impostos pela sociedade.
Quais são os impactos do amor materno idealizado na vida das mães?
Como mencionamos, essa ideia socialmente construída de que a mulher nasceu para ser mãe e de que ela deve amar incondicionalmente o seu filho, antes mesmo de se relacionar com ele, pode trazer diversos impactos psicológicos para a sua vida.
A seguir, listamos os principais!
Frustração
A frustração é o primeiro impacto que uma mulher pode sofrer, ainda na gestação. Isso porque a sociedade institui que, desde quando a mulher descobre que está grávida, ela deve amar incondicionalmente o seu filho. Mas na prática não é isso o que acontece.
Além de estar imersa em um processo de receios, medos e dúvidas,
Muitas podem se sentir desconfortáveis com as questões físicas da gravidez, o que não permite que essa realização aconteça logo de cara.
Isso sem falar que o amor só acontece por meio da convivência entre mãe e filho. Afinal, não é possível amar o desconhecido, não é mesmo?
Portanto, é comum que as mulheres se sintam frustradas por não sentir o amor incondicional logo quando descobrem que estão grávidas.
Ademais, a frustração também pode vir durante a experiência do maternar. Apesar de amarem seus filhos, muitas mães podem não gostar de viver a maternidade. Isso não é nenhum problema, mas, por conta do que é socialmente imposto, há a decepção consigo mesma.
Culpa
Junto à decepção, há o sentimento de culpa. Mães que percebem não se encaixar no ideal do amor materno costumam se sentir culpadas por acharem que não estão sendo boas mães ou que não estão dando a criação esperada pela sociedade aos seus filhos.
Além disso, muitas mulheres sentem culpa por não colocarem o filho como única prioridade da vida.
E por isso, decidirem continuar se dedicando às suas carreiras profissionais e aos seus desejos, por exemplo. Vale dizer que isso é plenamente saudável, mas a construção social cria esse bloqueio e culpa.
Angústia
Como muitas vezes não sabem como lidar com os sentimentos de culpa e frustração e não têm coragem de se abrir com outras pessoas sobre isso.
Muitas mulheres podem vivenciar a angústia constante, o que pode dar origem a algumas condições psicológicas, como a depressão e a ansiedade.
Sem dúvidas, esse é um ponto que merece bastante atenção e a intervenção profissional de um psicólogo para preservar a saúde mental da mulher.]
E permitir que ela exerça uma maternidade serena e benéfica a ela e aos filhos.
Esgotamento materno
O esgotamento materno, também conhecido como “Mommy Burnout”, é uma das facetas da maternidade e que pode se intensificar em razão do amor materno romantizado.
Cuidar de uma criança, apesar de prazeroso, é trabalhoso. E isso vale para todas as fases da vida dela. Entretanto, a mulher é criada para acreditar que, por causa do seu instinto maternal, é capaz de dar conta de tudo sozinha. Mas não é!
Dessa ideia, vem o esgotamento materno ainda mais intenso e que pode trazer outros sentimentos e emoções para além dos que listamos anteriormente.
A boa notícia é que, felizmente, hoje em dia, há a difusão e a aceitação da ideia de que a maternidade deve ser compartilhada com a paternidade, além de ser colaborativa com a ajuda de uma rede de apoio.
Essa mudança de padrão de pensamento na sociedade é extremamente importante para o cuidado com a figura materna e para reduzir o romantismo sobre a maternidade.
E quais são os impactos na vida dos filhos?
Os filhos que são criados sob o amor materno idealizado tendem a levar isso adiante quando forem exercer a sua paternidade ou maternidade, se assim decidirem.
Além disso, ainda na infância, pelo fato de a própria mãe não saber como lidar com os seus próprios sentimentos, eles podem sofrer com a rejeição e a culpa, bem como absorver todas as emoções maternas, se tornando indivíduos ansiosos e depressivos.
Daí a importância de a mãe se autoconhecer para ter uma boa experiência materna para si e possibilitar isso aos filhos também.
Como a terapia pode ajudar a desconstruir o mito do amor materno?
Como vimos, a ideia da maternidade romântica e intuitiva é socialmente construída e pode trazer inúmeros prejuízos para a mulher. No entanto, desconstruir isso pode não ser fácil para muitas mães, em razão de seus valores e padrões de pensamento, frutos da criação.
Nesse sentido, pode ser necessário contar com uma ajuda psicológica para desconstruir essa ideia e permitir que seja experienciada uma maternidade real, com seus erros e acertos.
Durante as sessões de terapia, o psicólogo trabalhará o autoconhecimento e a mudança dos padrões de pensamento e de comportamento da mulher, a fim de que ela encontre caminhos para entender que a sua experiência materna é única e singular.
A partir disso, será possível ter aceitação sobre a sua realidade e a autoaceitação sobre a mulher e a mãe que se é.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...