Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
A autoaceitação é um dos objetivos mais difíceis da vida de grande parte das pessoas. Muitas passam a vida tentando alcançá-lo e somente o fazem quando chegam ao fim dela.
Psicólogos explicam que muitas questões emocionais estão entrelaçadas à maneira como nós nos enxergamos, o que pode dificultar ou facilitar o processo de se aceitar como é. Infelizmente, na maioria das vezes, essas questões o tornam complicado, mas não impossível.
O que é autoaceitação?
A autoaceitação, como o próprio termo indica, é o ato de se aceitar como é. Ou seja, as suas opiniões, comportamentos, sentimentos, inseguranças, medos e qualidades.
Ela está ligada ao autoconhecimento, uma vez que, se você não sabe quem você é, como conseguirá se aceitar?
Além disso, a autoaceitação tem a ver com a maneira como você se sente a respeito de si mesmo.
Quem não se aceita como é, sofre mais com a vergonha, o medo de julgamentos, o temor de errar e a autopunição.
Esses indivíduos também costumam ser mais suscetíveis ao estresse e a ansiedade por se preocuparem demais com o que dizem e fazem.
Já quem se aceita como é, possui mais autoconfiança para navegar pelas situações da vida, principalmente as adversidades.
Essas pessoas sabem que os seus defeitos existem, mas eles não as definem. Sendo assim, não se lamentam por terem atitudes equivocadas.
Quando erram, procuram fazer as reparações necessárias e seguir em frente com mais sabedoria, sabendo que não são definidas por aquele momento.
A autoaceitação é essencial para a autoestima e o amor-próprio. Você só consegue se amar quando se aceita do jeito que é.
Ambos esses fatores, por sua vez, são indispensáveis para se ter uma vida cheia de realizações. Sem eles, as pessoas não têm disposição ou ambição para construírem a vida que almejam.
A ausência de amor-próprio e a autoestima baixa instigam pensamentos e crenças de não merecimento.
Por que logo você conseguiria o que deseja quando existem milhares de pessoas muito melhores por aí?
Dominadas por esses questionamentos, as pessoas perdem a vontade de correr atrás dos seus sonhos ou levam uma vida indesejada por acreditarem merecê-la.
Trabalhar a autoaceitação é, então, muito importante. Muitas pessoas acreditam que não precisam pensar nisso por acharem que ou você se aceita, ou você não se aceita.
Não há o que fazer. Mas, é possível ensinar a si mesmo a se aceitar. Até porque ninguém nasce sabendo tudo sobre si mesmo. Se autoconhecer é como conhecer outra pessoa: requer tempo e paciência.
Por que é difícil se autoaceitar?
O processo de autoaceitação costuma ser difícil para a maioria das pessoas. Aceitar-se como você é implica reconhecer não apenas as suas qualidades, mas defeitos também.
Para algumas pessoas, voltar o olhar para si mesmo e identificar as suas falhas não são um problema tão sério assim.
Com um pouco de esforço e persistência, conseguem quebrar as barreiras iniciais da resistência e aceitar que são seres imperfeitos.
Já para outras pessoas, esse processo não é tão simples. Algumas razões para isso são:
Cobranças excessivas
Pessoas que cresceram em ambientes familiares em que a cobrança para ser perfeito era excessiva tendem se cobrar demasiadamente.
Quando jovens, precisavam tirar as melhores notas, ter os melhores trabalhos escolares, entregar as apresentações mais bonitas e obter a excelência em atividades escolares, além de serem bem-comportados onde quer que estivessem.
Se essas exigências não fossem cumpridas, eram repreendidos ou castigados.
Como cresceram exigindo apenas o melhor de si mesmos, possuem dificuldade para lidar com as suas frustrações, fracassos e defeitos.
Muitas vezes, se punem por cometerem erros e fazem de tudo para esquecê-los, como se alguém fosse repreendê-los por errarem.
O processo de autoaceitação, portanto, se torna mais complicado.
Medo de ser uma pessoa ‘má’
Um medo comum que surge com a identificação dos defeitos é de ser uma pessoa ruim, principalmente quando se percebe ter uma atitude ou opinião que, no outro, é considerada errada ou imprópria.
Esses indivíduos temem se aceitar como são, pois, ao fazerem isso, acreditam estar dizendo ao mundo que estão errados ou que são pessoas más.
Por exemplo, uma pessoa que passa a vida criticando outra por sempre chegar atrasada em eventos e compromissos, fica extremamente ansiosa quando se atrasa. Afinal, está fazendo aquilo que condenava em outra pessoa.
A tentativa de se distanciar de quem recebe o seu julgamento pode ser tão desesperadora que ela deixa de perceber que está cometendo os mesmos erros.
Assim, a pessoa entra em um estado de negação quando se atrasa em vez de assumir a responsabilidade por suas ações.
Crenças limitantes
Crenças limitantes podem ser formadas a partir de experiências negativas.
O bullying na escola, a falta de apoio familiar e o fracasso em algo muito significativo, por exemplo, podem levar à criação de crenças de não merecimento e de inferioridade.
Dessa forma, o indivíduo pode passar a vida inteira acreditando merecer coisas ruins ou ser incompetente em virtude de um único acontecimento.
Essas crenças limitantes, como o nome indica, acabam conduzindo a uma existência limitada.
Pessoas perdem oportunidades de crescer, ter sucesso na vida profissional, ter um relacionamento saudável e de aproveitar outras vivências positivas.
Para desapegar-se dessas crenças, é preciso primeiro aceitá-las e isso requer revisitar experiências dolorosas.
As pessoas somente conseguem seguir adiante com suas vidas e se verem sob uma ótica positiva ao ressignificarem as suas vivências negativas.
Falta de compaixão
Em outros casos, mesmo que uma pessoa reconheça um defeito em si mesma como algo imperdoável, ela o vê como algo compreensível no outro.
Por exemplo, um colega de trabalho pode demorar para entregar as suas demandas por não conseguir se organizar e está tudo bem. Ele tem as dificuldades e razões dele.
Mas quando a pessoa tem a mesma atitude, é incapaz de se perdoar. Ela não consegue ter a mesma compaixão que possui com os outros com ela mesma, então pode se cobrar para atingir padrões praticamente inalcançáveis durante toda a sua vida.
Medo da vulnerabilidade
O processo de autoaceitação exige vulnerabilidade.
Você precisa identificar as coisas em si mesmo que você não gosta e aceitar que elas são parte de você.
A descoberta de características negativas na sua personalidade ou a reflexão acerca de uma atitude equivocada do passado pode deixá-lo assustado.
Será que você é, de fato, uma pessoa ruim? Será que você é aquilo que os outros lhe acusaram de ser? Se sim, como reagir?
Quem não gosta de se sentir vulnerável, seja por ter medo do julgamento ou por acreditar não ter permissão para ser “fraco”, não se permite se aprofundar no autoconhecimento.
Esses indivíduos temem não saber reagir à sua própria fragilidade, então fogem de quaisquer tentativas de obter conhecimento sobre quem são.
O que é preciso para se autoaceitar?
Todos nós possuímos defeitos e qualidades. Ninguém está imune a essa regra.
Até pessoas que parecem levar vidas perfeitas e serem queridas, simpáticas e bem-sucedidas possuem características que, para uns, podem ser difíceis de engolir. Com você, a situação não é diferente.
Para conseguir se autoaceitar, é preciso compreender isso.
Da mesma forma que as características positivas não definem um indivíduo, as negativas também não.
Uma pessoa pode ser arrogante e bem-humorada, irresponsável e divertida e medrosa e persistente ao mesmo tempo.
Uma ou outra característica pode se sobressair mais que a outra, mas isso não quer dizer que ela não tenha outras.
Não tenha medo de aceitar os seus defeitos. Se você não os aceitar como uma parte de você, é provável que passe a vida se punindo por tê-los ou sendo controlado por eles.
Ao identificar as suas falhas e aceitá-las, você obtém controle sobre elas. Consequentemente, modificá-las passa a ser mais fácil.
Na verdade, você não precisa modificá-las. Algumas características são intrínsecas da nossa personalidade e não conseguimos mudá-las conforme desejamos.
Mas, ao saber quando você age de determinada maneira e como isso afeta não apenas você, mas os outros, você consegue usar esse conhecimento ao seu favor.
Por exemplo, o medo às vezes é necessário. Ele impede que as pessoas arrisquem as suas vidas.
Quando você se aceita como é, sabe quando e como usufruir desse sentimento para o seu benefício próprio, livre de culpa.
Então, abandone o medo de voltar o olhar para dentro de você e aceitar todas as particularidades da sua personalidade.
Tanto as boas quanto as ruins são o que fazem de você a pessoa que você é hoje. Nada é desperdiçado.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...