Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
Você é muito duro consigo mesmo? Ter uma conduta irredutível com os próprios comportamentos, mas ser leniente com os dos outros, é mais comum do que se imagina.
Assim, pessoas com essa característica transformam erros comuns em motivos para autopunição.
Se não recebem as consequências severas que acreditam merecer, tratam de criá-las, infligindo a si mesmas um julgamento desproporcional às atitudes que tiveram.
Ser duro consigo mesmo é um hábito difícil de quebrar, uma vez que ele é alimentado por crenças limitantes e autoestima baixa por vários anos.
Entretanto, é necessário substituí-lo por um hábito mais saudável e positivo.
Além de ajudar a preservar a saúde mental, ser compassivo consigo mesmo favorece a autorrealização, a saúde dos relacionamentos e diversas esferas da vida.
De onde vem a necessidade de ser tão duro consigo mesmo?
A necessidade de ser muito duro consigo mesmo possui várias causas, conforme visto abaixo.
Autoestima baixa
A autoestima baixa é marcada por crenças limitantes não apenas em relação à própria aparência, mas também sobre o próprio comportamento, inteligência e capacidade.
A pessoa com falta de autoestima não consegue perceber os seus atributos positivos, então cultiva apenas a autopiedade e a aversão a si mesma.
Condições de saúde mental
As condições de saúde mental, de modo geral, modificam a maneira como as pessoas pensam e enxergam a si mesmas e o mundo ao seu redor.
Assim, em algumas delas, esse sintoma é latente, como é o caso da ansiedade generalizada (TAG), síndrome do pânico, transtornos alimentares, transtorno de personalidade borderline e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Comportamento adquirido no crescimento
À medida que crescemos, adotamos uma série de comportamentos bons e ruins.
Então, as nossas vivências nos influenciam a pensar e a agir de determinada maneira, seja para nos proteger ou para aproveitar oportunidades da vida.
A necessidade de ser duro consigo mesmo pode aprendida no ambiente familiar ou adquirida por meio de experiências.
Traumas
A vivência de traumas resulta em uma diversidade de consequências psicológicas, emocionais e até físicas.
Então, entre elas estão a autoestima baixa e a falta de autoaceitação, as quais dificultam o processo de libertação do indivíduo das memórias do evento traumático.
Excesso de autocrítica
A autocrítica é a capacidade de reconhecer qualidades, defeitos, erros e acertos, entre outras características, para fazer uma análise e tomar decisões.
Então, é uma competência indispensável para o crescimento pessoal.
Todavia, quando excessiva, ela se torna o pior inimigo de quem busca se conhecer e evoluir.
Ser muito duro consigo mesmo pode ser sinal de depressão?
A depressão é uma condição que estimula muitos pensamentos negativos.
Então, o depressivo vê o mundo como um inimigo que não se importa com ele ou quer transformar a sua vida em um pesadelo.
Assim, apresenta reações desproporcionais a eventos corriqueiros, como um engarrafamento no trânsito ou um mal-entendido no seio familiar.
Essa mentalidade se dá pelo excesso de pessimismo, desânimo, raiva e tristeza, sentimentos que o depressivo também direciona para ele mesmo.
Ele começa a acreditar que é a pior pessoa do mundo e que ninguém, de fato, se importa com ele.
Sendo assim, uma postura demasiadamente rígida consigo mesmo pode ser um sinal de depressão.
Comportamentos de quem é muito duro consigo mesmo
Há muitas maneiras de ser muito duro consigo mesmo, além da autocrítica excessiva e da autopunição.
A natureza irredutível desse hábito pode ser observada em condutas, pensamentos e falas do dia a dia, por exemplo.
Para exemplificar, confira, abaixo, comportamentos de quem é muito duro consigo mesmo.
- Pensamentos de não merecimento;
- Pensamentos autodepreciativos;
- Crença de que ninguém gosta do seu jeito de ser;
- Dificuldade de aceitar elogios e celebrar conquistas;
- Autoflagelar-se quando comete erros, como negar-se coisas boas e direcionar xingamentos a si mesmo;
- Pensar demais sobre o que dizer e como agir, como se a sua vida dependesse do resultado de pequenas ações, como, por exemplo, a maneira que você segura um microfone numa apresentação ou como organiza a sua mesa de trabalho;
- Focar em um único aspecto negativo, como, por exemplo, um feedback negativo em meio a dezenas de positivos;
- Definir-se a partir dos seus erros, fraquezas e defeitos;
- Levar tudo para o pessoal, mesmo quando a situação não tem nada a ver com você. Por exemplo, quando um colega de trabalho está de mau humor e é grosseiro, você acha que ele não gosta de você;
- Culpar-se por coisas que claramente não são sua culpa; e
- Tirar conclusões equivocadas do que as pessoas pensam de você ou de uma situação social específica em vez de buscar o esclarecimento. Por exemplo, quando alguém demora para responder uma mensagem ou e-mail, você acha que pode ser porque disse ou fez algo errado.
Então, se você se identificou com um ou mais dos pontos mencionados acima, está na hora de trabalhar a sua autoestima e autoconfiança para promover uma mentalidade mais compassiva.
4 maneiras de deixar de ser tão duro consigo mesmo
Deixar de ser tão duro consigo mesmo significa reconhecer que você, assim como todo mundo, comete erros e nem sempre faz as escolhas certas, mas não significa que isso é o fim do mundo. Para te ajudar nessa trajetória, separamos quatro dicas abaixo.
1. Entender qual é o problema
Quando estamos lidando com um problema em nossas vidas, independentemente da sua natureza, precisamos encontrar a raiz dele.
O sofrimento provocado por esse impasse, bem como a tomada de decisão para solucioná-lo, só ocorre mediante o encontro da causa.
O hábito de se autocriticar excessivamente é normalmente formado na infância ou adolescência, enquanto ainda estamos crescendo.
Dessa maneira, passamos anos gratificando esse comportamento sem perceber quão prejudicial ele é.
Ele se torna uma parte de nós e, por isso, costuma ser tão difícil percebê-lo e modificá-lo.
Assim, o primeiro passo para deixar de ser tão duro consigo mesmo é analisar esse comportamento para entender o que você faz para alimentá-lo e desvendar as suas origens.
Só assim você conseguirá determinar o que precisa fazer para desenvolver uma mentalidade positiva.
2. Definir novas crenças
Quais são as suas crenças sobre si mesmo agora? Você acredita que é uma pessoa capaz de conseguir o que quer? Uma pessoa determinada e com vontade de aprender? Ou é o completo oposto dessas características?
Uma maneira de combater crenças negativas é substituindo-as por crenças positivas e repetindo-as até internalizá-las.
Para isso, pode responder à pergunta no começo deste tópico numa folha de papel e, em seguida, escrever quais crenças você gostaria de ter logo ao lado.
Por fim, escreve afirmações para você repetir todos os dias e, sobretudo, em momentos de tristeza, frustração e raiva.
Quando a vontade de se criticar excessivamente surgir, repita as frases de autocompaixão e amor-próprio que você escreveu antes.
Alguns exemplos de afirmações para te ajudar a começar são:
- Sou uma pessoa paciente, determinada, capaz, humilde e outros adjetivos que você quiser inserir;
- Tenho força, sabedoria e habilidade para vencer desafios;
- Tenho força, sabedoria e habilidade para alcançar todos os meus objetivos;
- Aprendo com meus erros e busco o sucesso em todas as ocasiões; e
- Confio em minha intuição e capacidade de tomar decisões vantajosas para mim.
3. Aprender a se valorizar
Aprenda a gostar de você do jeito que você é, com erros e acertos, qualidades e defeitos.
O que não está tão bom neste momento pode ser alterado.
Não é motivo para você se colocar como a pior pessoa do mundo.
Todos nós cometemos erros e agimos no calor do momento. Não é algo exclusivamente seu, por isso, não se puna por ser humano.
Já o que está bom, precisa ser celebrado! Celebre as suas qualidades, conquistas profissionais, vitórias pessoais, atitudes que te deram orgulho, aparência e tudo o que você gosta em você.
Afinal, se você não se valorizar, ninguém vai fazer isso por você.
4. Fazer terapia
Reconhecer, compreender e administrar sentimentos não é fácil, principalmente para quem não tem o costume de conectar-se com eles.
Não raro as pessoas precisam de ajuda para conseguir entender um pouco (ou muito) sobre si mesmas.
É aí que a psicoterapia entra.
Se você está com dificuldade para entender o porquê de você ser tão duro consigo mesmo, ou para fazer mudanças positivas em sua vida, procure um psicólogo para te ajudar a superar os desafios típicos dessa jornada.
A terapia não é voltada apenas para o tratamento de condições de saúde mental.
Ela também ajuda pessoas a encontrar soluções para os seus problemas profissionais, conjugais, familiares e/ou pessoais.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...