Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Veluma Marzola - Psicólogo CRP 06/124019
Traumas psicológicos são respostas emocionais para eventos estressantes que as pessoas não conseguem administrar. O desgaste emocional e psicológico é tamanho que elas perdem noção da realidade e de si mesmas.
Embora existam determinados eventos que são considerados traumáticos, como acidentes ou assaltos, uma pessoa pode desenvolver um trauma em resposta a qualquer situação considerada física ou emocionalmente ameaçadora.
Os traumas diminuem consideravelmente o aproveitamento da vida das pessoas traumatizadas e podem levar ao surgimento de condições psicológicas severas, como estresse pós-traumático e depressão profunda.
Psicólogos aconselham buscar ajuda psicológica após a vivência de um evento estressante, independente de sua natureza, para reduzir o sofrimento diário. O acompanhamento psicológico é indispensável para a pessoa traumatizada ressignificar o acontecimento e recuperar a vontade de viver novas experiências.
O que são traumas psicológicos
O trauma psicológico é uma resposta emocional a um evento que deixou feridas na memória e no conceito de identidade de uma pessoa. Ela pode sentir uma série de emoções negativas logo após o acontecimento terrível ou a longo prazo.
Pessoas traumatizadas frequentemente se sentem desamparadas, oprimidas e paranoicas. Elas têm consciência que são poucos os que conseguem compreender o que passaram, tornando a experiência do trauma muito solitária.
Como consequência do trauma, algumas podem desenvolver mania de perseguição e acreditar que os outros querem lhe causar mal. Já outras optam por se afastar das relações interpessoais por completo por temerem reviver situações semelhantes.
Existem vários tipos de trauma, tais como:
- Trauma crônico: resultado da exposição constante e prolongada aos eventos estressantes;
- Trauma agudo: resultado de um único evento estressante ou perigoso;
- Trauma complexo: resultado da exposição a vários eventos traumáticos; e
- Trauma secundário: resultado de estar em contato com alguém que passou por um acontecimento traumático.
Sintomas causados por traumas psicológicos
As pessoas reagem de forma diferente aos traumas. Os sintomas experienciados dependem da pré-existência de condições psicológicas, da qualidade das experiências de vida, da intensidade do estresse, da capacidade de administrar emoções e da personalidade de cada um.
Os sintomas incluem reações emocionais e físicas. Quando uma emoção é muito forte, é comum que a pessoa perca momentaneamente o controle do corpo até que ela desapareça. Por exemplo, é costumeiro perder a sustentação e cair de joelhos quando choramos de alegria ou de tristeza.
Entre os sintomas dos traumas psicológicos estão:
- Negação;
- Raiva;
- Vômito ou náuseas;
- Tristeza;
- Vergonha;
- Insônia;
- Confusão;
- Ansiedade;
- Tremores pelo corpo;
- Sensação de estar anestesiado;
- Apatia;
- Choque;
- Taquicardia;
- Suor excessivo;
- Culpa;
- Medo;
- Desesperança;
- Desconforto intestinal;
- Irritabilidade; e
- Dificuldade de concentração.
É igualmente comum que a pessoa traumatizada tenha acessos de raiva, crises de choro ou ataques de pânico em resposta a um gatilho emocional, memória ou elevação do estresse – mesmo que não seja tão intenso quanto o vivido no passado.
Além disso, pessoas traumatizadas frequentemente se encontram em um estado de hiper vigilância. Elas temem se deparar com seus algozes ou acontecimentos que as façam sentir a mesma dor do passado, por isso, entram em um estado de paranoia.
Como os traumas se formam
Os traumas psicológicos se formam quando a capacidade de administrar as emoções de uma pessoa é oprimida por uma situação angustiante. Assim, surge um sentimento de impotência em relação à vivência antiga, diminuindo a noção de identidade formada pela pessoa traumatizada.
Isso não significa que a pessoa possui descontrole emocional ou é psicologicamente fraca. Ela pode ser muito forte e resiliente, mas, ao passar por situações estressantes constantemente, a sua capacidade de fazer julgamentos e de gerir emoções se desgastou dia a pós dia.
As circunstâncias que normalmente formam traumas psicológicos são:
- Traição;
- Abuso de poder;
- Negligência na infância;
- Divórcio – tanto para os filhos quanto para o casal;
- Violência física, emocional e/ou sexual;
- Perda de alguém próximo;
- Acidente de trânsito;
- Assalto;
- Violência doméstica;
- Convivência com uma doença grave;
- Testemunhar a morte de alguém;
- Desastre natural;
- Relacionamento abusivo;
- Encarceramento; e
- Sequestro.
Como se pode perceber, os eventos que podem resultar em trauma são variados e possuem graus diversos de gravidade. Não é necessariamente preciso viver um desastre natural ou uma situação de refém para desenvolver um trauma.
Há quem passa por isso e, embora se sinta abalado a princípio, consegue deixar o ocorrido para trás após algumas sessões de terapia. Por outro lado, há quem precisa de muitos anos de acompanhamento psicológico para sentir-se bem consigo mesmo, sair de casa e voltar a viver com segurança.
A formação de um trauma é subjetiva.
Por exemplo, irmãos de uma família disfuncional podem não apresentar as mesmas sequelas emocionais. Um dos irmãos pode ter ficado traumatizado por conta de acontecimentos na infância enquanto o outro pode não apresentar nenhum problema psicológico.
Como tratar traumas psicológicos
O tratamento de traumas psicológicos é feito através da psicoterapia.
A duração da terapia depende dos efeitos dos traumas psicológicos na saúde mental dos pacientes. Para quadros graves, por exemplo, as consultas com o psicólogo podem ser necessárias por muitos anos.
Alguns traumas são tão fortes que a pessoa não consegue viver a sua vida normalmente. Ela deixa de se relacionar, trabalhar, estudar, cuidar de sua aparência, viver novas experiências e até mesmo de falar. O mutismo seletivo, caracterizado pela recusa de falar em determinadas situações, é um exemplo de condição psicológica que pode surgir em decorrência do trauma.
Portanto, a terapia é necessária para devolver a autonomia e a felicidade diária a quem sofreu um trauma.
Em alguns casos, os traumas psicológicos desencadeiam outras condições psicológicas, como depressão, ansiedade, estresse pós-traumático, fobias e síndrome do pânico. Assim, no acompanhamento psicológico, também é feito o tratamento dessas enfermidades.
Independentemente da idade, pessoas que passaram por eventos traumáticos podem buscar ajuda psicológica. Quanto mais cedo isso acontecer, melhor. Deste modo, é possível fazer a prevenção de doenças e do agravamento dos sintomas.
Como administrar o estresse traumático no dia a dia
Enquanto o tratamento acontece, indivíduos com traumas psicológicos podem tomar algumas atitudes para melhorar o seu dia a dia.
O paciente também precisa se esforçar, mesmo que minimamente, para alcançar o bem-estar emocional na vida cotidiana. Pequenos esforços são o suficiente para aproximá-lo da tão desejada paz de espírito.
Entretanto, antes de tudo, é importante que a pessoa traumatizada compreenda que não precisa ter vergonha de ser quem é ou de ter vivido uma situação traumática. As sensações de impotência, de arrependimento e de embaraço são comuns entre portadores de traumas psicológicos.
E se seu tivesse feito tal coisa? E se eu tivesse agido de determinada maneira? E se eu não tivesse dito aquilo? O resultado seria diferente? Sou fraco por ter permitido X coisa acontecer comigo?
Esses questionamentos rondam a mente de quem passou por um trauma. Como o evento estressante modificou a sua forma de ser, sentir e ver o mundo, esses indivíduos tentam se afastar dele ou imaginar cenários onde não viveram aquilo. É ao mesmo tempo uma forma de conforto e de punição.
Entenda: não é sua culpa, não é preciso ter vergonha e não vale a pena voltar repetidamente ao passado na tentativa de criar outra realidade. Transfira as suas preocupações e receios para o presente, transformando-as em força de vontade para curar as feridas emocionais.
Em vez de ocupar a mente com devaneios pouco produtivos, você pode:
1. Dar tempo ao tempo
A expressão “o tempo cura tudo” é verdadeira. A passagem das horas é, de fato, capaz de curar dores emocionais latentes e acalmar a mente perturbada. A cada novo dia, você vai se sentir mais forte, mais em paz e mais disposto a viver outra realidade.
2. Adotar um passatempo
Ocupar a mente é muito importante para afastar pensamentos, memórias e emoções desagradáveis. Por isso, adote um passatempo, mesmo que você não tenha muito interesse nele no começo.
3. Manter uma rotina
Manter uma rotina estruturada é muito importante para quem passou por traumas psicológicos e está tentando se reerguer. Ela deve ser bem-organizada e, de preferência, ter grande parte dos horários preenchidos com atividades diversas. Dessa forma, você encontra motivação para sair da cama todos os dias e retornar à ativa.
4. Se amar
Muitos indivíduos com traumas psicológicos têm dificuldade para ter uma opinião positiva acerca de si mesmos. A autopercepção fica distorcida devido ao acontecimento traumático, principalmente quando causado por um agressor psicológico.
Eles chegam ao ponto de acreditar que são pessoas terríveis e mereceram passar por aquela situação. Por isso, o trabalho de reerguer a autoestima e promover o amor-próprio é essencial para a sua recuperação.
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Autor: psicologa Psicóloga Veluma Marzola - CRP 06/124019Formação: A psicóloga Veluma é formada há mais de 10 anos e é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental. Possui experiência em escuta e acolhimento em Terapia Individual e Terapia de Casal. Atende demandas como ansiedade generalizada, conflitos profissionais, amorosos e familiares, disfunção sexual...
Boa noite lendo seu artigo eu me reconheci em cada argumento.
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Nossa que artigo ótimo! Me ajudou muito a identificar alguns traumas de infância.
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Muito obrigado pelo seu compartilhamento de experiência profissional.
Estava tentando encontrar alguma saída para a situação de um alguém muito querido , apesar que milhões de palavra talvez não resolvam nada por agora.
Muito obrigado pela sua contribuição nessa geração.
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