Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
Você sabia que o hábito de acumular objetos com pouco ou nenhum valor pode indicar um transtorno? Sim, o Transtorno de Acumulação existe e pode trazer diversos prejuízos significativos para o indivíduo que o tem.
Isso porque essa condição, além de poder expor a pessoa a situações insalubres – dependendo do item acumulado, contribui para o desencadeamento de outras questões emocionais, como o sofrimento,a angústia e os conflitos (internos e externos).
Neste artigo, vamos falar tudo sobre o Transtorno de Acumulação para que você o conheça e possa perceber se há chances de alguém ao seu redor tê-lo. Boa leitura!
O que é o Transtorno de Acumulação?
O Transtorno de Acumulação consiste no acúmulo de objetos de pouco ou nenhum valor. O portador dessa condição possui muita dificuldade, e até mesmo uma angústia profunda, para se desapegar de tais itens, o que faz com que ele os acumule.
É muito importante diferenciar esse transtorno das coleções. Isso porque o colecionador acumula itens de uma mesma categoria e de forma ordenada.
Enquanto isso, a pessoa acumuladora não tem organização para guardar os objetos e acumula itens que não apresentam valor sentimental ou material.
Além disso, a ansiedade costuma ser uma condição muito forte e presente no Transtorno de Acumulação.
Quais são as causas desse transtorno?
As causas do Transtorno de Acumulação são variadas, mas geralmente estão associadas a fatores emocionais.
Assim, a pessoa acometida por esse transtorno pode já apresentar algum outro problema de saúde mental, como: depressão, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), entre outros.
Além disso, muitos indivíduos desenvolvem essa condição para suprir uma necessidade e carência emocional. Outros, acumulam itens por acreditarem que esses podem fazer com que eles se tornem mais importantes para a sociedade.
Cabe mencionar que, além da pré-existência de outras condições mentais e emocionais, existem ainda outros fatores de risco para o Transtorno de Acumulação, como:
- Histórico familiar de acumulação
- Traumas mal resolvidos
- Personalidade indecisa
Principais sintomas do Transtorno de Acumulação
Os sintomas do Transtorno de Acumulação podem surgir ainda na adolescência, por volta dos 11 e 15 anos de idade, mas tem uma piora gradativa e significativa à medida que a pessoa envelhece.
Assim, entre os principais sinais dessa condição, estão:
- Necessidade incontrolável de acumular objetos com pouco ou nenhum valor;
- Angústia quando precisa se desfazer desses itens;
- As áreas de convívio da casa ficam desorganizadas e cheias com os objetos, impossibilitando o uso delas;
- Quando confrontado por pessoas próximas, o acumulador nega ou se constrange, mas não cogita mudar seus hábitos;
- Isolamento social, uma vez que a pessoa se sente constrangida;
- Pode haver acumulação compulsiva de animais de estimação, mas o indivíduo não consegue suprir as necessidades deles;
- Dificuldade para tomar decisões;
- Dificuldade para executar tarefas diárias;
- Ansiedade, principalmente quando pensa que precisa se desfazer dos objetos.
Como é realizado o diagnóstico dessa condição?
O diagnóstico do Transtorno de Acumulação é realizado a partir de uma avaliação médica e/ou psicológica. Para isso, o especialista leva em consideração alguns critérios bastante específicos, como:
- O paciente sente muita dificuldade para se desfazer de bens;
- Ele realmente acredita que precisa guardar determinados objetos, independente do seu valor;
- Os itens acumulados causam desorganização nas áreas de convívio da casa e interferem na forma como elas são utilizadas;
- O indivíduo se sente angustiado diante da possibilidade de ter que se desfazer de algum dos seus bens.
- Há uma redução da sua capacidade funcional por causa do acúmulo compulsivo, isto é, a pessoa não consegue realizar tarefas simples.
Vale dizer que dificilmente a pessoa que sofre com esse problema o reconhece. Por isso, muitas vezes, a sinalização da possível condição é realizada por alguém próximo.
Existe tratamento para o Transtorno de Acumulação?
Sim, existe tratamento para o Transtorno de Acumulação, sendo que o principal meio é a psicoterapia, sobretudo a abordagem Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
Ao encorajar o paciente a refletir, as sessões de terapia conseguem auxiliá-lo a modificar a forma como pensa e age. Assim, gradativamente, ele conseguirá reduzir essa carência emocional e, consequentemente, o apego pelos itens acumulados.
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Além disso, para que não haja recaídas, o acompanhamento psicológico trabalha a tomada de decisões – considerando que o indivíduo costuma ser indeciso – e a ansiedade – que é uma das molas propulsoras para o acúmulo compulsivo.
No entanto, convém mencionar que a implementação do tratamento costuma ser difícil, uma vez que o acumulador compulsivo não costuma enxergar a sua situação como um problema.
Por isso, é tão importante que familiares e amigos auxiliem-no nessa jornada, mostrando a importância de ele se cuidar.
Como ajudar um acumulador compulsivo?
Como mencionado anteriormente, é indispensável o apoio de pessoas próximas, uma vez que a pessoa acumuladora pode resistir ao tratamento.
Por isso, se você tem alguém do seu convívio que passa por esse problema, aqui vão algumas dicas para ajudá-lo e orientá-lo:
1. Não julgue
A sua ajuda começa em não julgar a pessoa acumuladora. Isso significa que é muito importante ser empático, mostrando a ela que você entende o seu lado.
O julgamento, além de constranger o indivíduo, pode fazer com que ele se feche ainda mais para receber qualquer tipo de ajuda. Portanto, é muito importante ter essa leveza e cordialidade.
2. Tenha paciência
Também é importante ter muita paciência, principalmente se você convive na mesma casa que essa pessoa. Afinal, pode ser bastante desafiador estar em um ambiente cheio de itens acumulados, que podem até mesmo impedir o fluxo de pessoas.
Acontece que a falta de paciência com o acumulador pode desencadear nele ainda mais ansiedade e estresse, o que não contribui em nada para a melhora do seu estado.
3. Pontue os riscos da prática de acumulação
De forma objetiva, clara e educada, pontue os riscos aos quais a pessoa está exposta ao acumular itens, como:
- Isolamento social;
- Condições insalubres;
- Risco de incêndio;
- Conflitos familiares;
- Desempenho precário no trabalho;
- Aparecimento de outras condições mentais, etc.
4. Proponha a busca de uma ajuda especializada
Incentive a pessoa a buscar a ajuda especializada de um psicólogo, caso ela ainda não tenha procurado um. Aponte todos os benefícios que ela terá ao investir na psicoterapia.
Ademais, se proponha a ajudá-la a procurar um bom profissional e até mesmo a acompanhá-la ao consultório, caso as sessões sejam presenciais.
Dessa forma, você contribuirá para que ela se sinta mais segura para modificar a sua realidade, que é tão dolorosa e causa tanto sofrimento.
Persista e não desampare-a, pois assim como outros transtornos, esse também demanda acompanhamento para o resgate da saúde mental do paciente!
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...