
Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Veluma Marzola - Psicólogo CRP 06/124019

A adolescência é um período de intensas transformações físicas, cognitivas e emocionais. Tradicionalmente, ela era compreendida como a transição da infância para a vida adulta, ocorrendo entre os 12 e os 18 anos.
No entanto, nas últimas décadas, pesquisadores, psicólogos e educadores vêm observando um fenômeno crescente: a adolescência tardia. São jovens que, mesmo na faixa dos 20 ou 30 anos, ainda apresentam comportamentos típicos da adolescência. Então, o amadurecimento emocional, que outrora era esperado ao final da adolescência tradicional, agora parece estar sendo adiado.
O que é a adolescência tardia?
A adolescência tardia é uma extensão do período de transição entre a infância e a vida adulta, marcada por uma demora no desenvolvimento emocional, na autonomia e na assunção de responsabilidades típicas da vida adulta. Embora biologicamente o indivíduo seja adulto, muitos ainda mantêm atitudes, expectativas e padrões de comportamento que remetem à adolescência.
Esse conceito não é uma invenção recente. Por isso, a psicologia do desenvolvimento já vem identificando há algum tempo a emergência de uma nova fase intermediária, que alguns chamam de “adultescência” ou “emerging adulthood”, termo criado pelo psicólogo Jeffrey Arnett.
Mudanças sociais e culturais que influenciam esse fenômeno
O atraso no amadurecimento emocional não pode ser entendido sem considerar o contexto social e cultural em que vivemos. Então, as últimas décadas trouxeram transformações profundas nas estruturas familiares, no mercado de trabalho e nas formas de socialização.
Essas mudanças impactam diretamente o modo como os jovens se desenvolvem e constroem suas identidades. A adolescência tardia, portanto, não é um simples capricho geracional, mas um reflexo de um mundo que também mudou.
A pressão e as exigências do mercado de trabalho
Antigamente, era comum que os jovens começassem a trabalhar cedo e assumissem responsabilidades familiares ainda na juventude. Hoje, com a exigência crescente de formação acadêmica, especializações e experiências diversas, o ingresso pleno no mercado de trabalho ocorre cada vez mais tarde.
Esse cenário prolonga a dependência financeira dos pais e adia projetos de vida como sair de casa, casar ou ter filhos. A autonomia, portanto, fica comprometida, o que afeta diretamente o amadurecimento emocional.
O papel da família na manutenção da dependência
A estrutura familiar também contribui para a adolescência tardia. Muitos pais, em vez de promoverem a independência de seus filhos, acabam por reforçar comportamentos de dependência. Essa superproteção, embora bem-intencionada, impede que os jovens desenvolvam habilidades essenciais para a vida adulta, como resiliência, responsabilidade e capacidade de tomar decisões.
Além disso, em muitos lares, a ideia de “criança eterna” é alimentada, com os pais tratando filhos adultos como se ainda fossem adolescentes, o que gera uma dificuldade real de se verem como adultos, além de gerar traumas.
As redes sociais e o narcisismo juvenil
O uso intensivo das redes sociais criou um ambiente em que o reconhecimento externo se tornou um dos principais validadores da autoestima. Por isso, muitos jovens constroem identidades digitais idealizadas, buscando curtidas e aprovação constante.
Esse cenário favorece o desenvolvimento de um narcisismo juvenil, em que o outro é visto mais como espelho do que como sujeito. Esse padrão relacional superficial dificulta o amadurecimento emocional, já que o processo exige enfrentamento de frustrações, reconhecimento das próprias limitações e a construção de vínculos mais profundos.
As características da adolescência tardia
Os indivíduos que vivenciam uma adolescência prolongada geralmente compartilham algumas características comuns, que ajudam a entender por que esse período se estende tanto.
Essas características não são necessariamente patológicas, mas apontam para desafios no desenvolvimento que precisam ser acolhidos e trabalhados.
Dificuldade em assumir responsabilidades
Muitos jovens adultos evitam tomar decisões importantes ou se comprometer com escolhas de longo prazo, seja na vida pessoal ou profissional. Isso pode incluir desde adiar uma carreira até postergar relacionamentos sérios. A ideia de “deixar tudo em aberto” é uma tentativa de manter opções, mas acaba gerando insegurança e imobilismo.
Instabilidade emocional e identidade difusa
Na adolescência tradicional, é comum haver crises de identidade. O problema é que, na adolescência tardia, essas crises continuam ocorrendo mesmo depois dos 25 anos. Há um sentimento constante de incerteza, insatisfação e busca por validação, o que compromete a construção de uma identidade sólida e adulta.
Dificuldade em lidar com frustrações
O amadurecimento emocional envolve aceitar limites e aprender com os erros. No entanto, muitos jovens adultos demonstram intolerância à frustração, reagindo com impulsividade ou apatia diante de dificuldades. Isso está relacionado à falta de experiências reais de enfrentamento de desafios — muitas vezes evitados ou suavizados pela mediação familiar ou digital.
A importância do amadurecimento emocional
O amadurecimento emocional não é apenas uma questão de “crescer” ou de se comportar de forma mais “madura”. Ele está diretamente ligado ao bem-estar psicológico, à capacidade de estabelecer relações saudáveis e ao sucesso na vida profissional e pessoal.
Um adulto emocionalmente maduro consegue tomar decisões conscientes, lidar com sentimentos difíceis, desenvolver empatia e construir autonomia. Quando esse processo é adiado, surgem conflitos internos, problemas nos relacionamentos e dificuldades para lidar com as exigências da vida.
Consequências da imaturidade emocional na vida adulta
A imaturidade emocional pode resultar em dependência afetiva, dificuldades no trabalho, procrastinação crônica, ansiedade, depressão e relações instáveis. Além disso, ela pode impedir o desenvolvimento de um projeto de vida consistente, gerando um sentimento de estagnação.
Por isso, entender as causas e trabalhar para superar esse atraso emocional é essencial — tanto no âmbito individual quanto coletivo.
Caminhos para promover o amadurecimento emocional
Embora o contexto social tenha um peso significativo, há estratégias e atitudes que podem favorecer o amadurecimento emocional. Não se trata de acelerar o crescimento, mas de criar condições para que ele ocorra de forma saudável e consciente.

Estimular a autonomia desde cedo
Promover a autonomia dos jovens é essencial para o desenvolvimento emocional. Isso inclui incentivá-los a tomar decisões, lidar com consequências, administrar seu tempo e seu dinheiro, e assumir responsabilidades de acordo com sua idade.
Pais, educadores e cuidadores podem criar um ambiente familiar que estimule a independência sem abandonar o suporte emocional necessário.
Fortalecer a inteligência emocional
A inteligência emocional é a capacidade de reconhecer, compreender e lidar com as próprias emoções e as dos outros. Ela pode ser desenvolvida por meio da escuta ativa, da empatia, da autorreflexão e da prática do autoconhecimento.
Terapias, grupos de apoio e programas educacionais voltados para o desenvolvimento emocional são ferramentas importantes nesse processo.
Promover experiências reais
O contato com o mundo real — com suas exigências, contradições e desafios — é indispensável para o amadurecimento. Viagens, intercâmbios, trabalho voluntário, atividades extracurriculares e experiências profissionais são formas eficazes de ampliar a visão de mundo e fortalecer a resiliência.
É necessário sair da zona de conforto e encarar situações novas para crescer emocionalmente.
Adolescência tardia e saúde mental
A adolescência tardia está diretamente relacionada ao aumento dos casos de sofrimento psíquico entre jovens adultos. A pressão familiar por desempenho, a incerteza sobre o futuro e a dificuldade de estabelecer vínculos profundos contribuem para quadros de ansiedade, depressão e esgotamento emocional.
Além disso, é importante que os jovens se sintam ouvidos, acolhidos e respeitados em suas angústias. O julgamento, a cobrança excessiva ou a comparação com gerações anteriores apenas agravam o sentimento de inadequação.
O acolhimento é o primeiro passo para que eles possam elaborar seus conflitos internos e caminhar rumo à maturidade.
Para entender melhor os efeitos da adolescência tardia, o ideal é falar com um profissional de saúde mental. Encontre o terapeuta mais adequado na plataforma Psicologo.com
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Autor: psicologa Psicóloga Veluma Marzola - CRP 06/124019Formação: A psicóloga Veluma é formada há mais de 10 anos e é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental. Possui experiência em escuta e acolhimento em Terapia Individual e Terapia de Casal. Atende demandas como ansiedade generalizada, conflitos profissionais, amorosos e familiares, disfunção sexual...














