Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
O transtorno de bipolaridade é caracterizado por oscilações de humor severas entre a euforia e a depressão, mas esses estados de humor intensos são sentidos durante os episódios maníacos, hipomaníacos, depressivos e existem muitos mitos sobre o transtorno bipolar.
No episódio maníaco, a pessoa bipolar fica com a autoestima inflada. Ela acredita que pode fazer tudo o que quiser, fica demasiadamente entusiasmada com situações comuns e se distrai com facilidade.
Ela também sente pouca necessidade de dormir, conseguindo ficar acordada por um longo período.
Já no episódio hipomaníaco, a pessoa bipolar também passa por um período distinto de humor elevado. No entanto, os sintomas são menos intensos do que os do episódio maníaco.
No depressivo maior, os sintomas são semelhantes aos da depressão e incluem perda de interesse em atividades que antes eram apreciadas, insônia, sentimentos de inutilidade, culpa excessiva, agitação, dificuldade de concentração, entre outros.
Existem duas categorias de transtorno bipolar. A hipomania está presente nas duas, embora seja mais acentuada no transtorno de bipolaridade tipo II.
Já a mania é um sintoma apenas do tipo I, também considerado o mais grave dos quadros, segundo psicólogos.
8 mitos sobre o transtorno bipolar
Existem muitos mitos sobre o transtorno bipolar e por isso, há dificuldade para entender os sintomas das condições de saúde mental e como eles afetam o comportamento e o modo de pensar das pessoas acaba resultando na propagação de mitos.
A bipolaridade é uma condição normalmente incompreendida, embora hoje as pessoas tenham mais consciência das suas particularidades.
Muitos acreditam que os casos são raros, mas a realidade não é bem assim. Dados da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB) evidenciam que 8% da população brasileira recebeu o diagnóstico da bipolaridade.
Para conviver bem com quem precisa viver com essa condição e ser capaz de ajudá-los, é importante combater informações errôneas que circulam na sociedade. Veja, a seguir, oito mitos sobre o transtorno bipolar.
1. Oscilações de humor sempre são indicativos de transtorno bipolar
É comum as pessoas se referirem a alguém que aparenta mudar constantemente de humor como “bipolar”.
Oscilações entre felicidade e tristeza ou entre raiva e tranquilidade são partes normais da vida.
Algumas pessoas sofrem mais mudanças de humor no cotidiano do que outras e, embora elas sejam desagradáveis, não são o mesmo que os sintomas da bipolaridade.
As oscilações no transtorno de bipolaridade são severas, persistentes e costumam apresentar um certo padrão.
Embora não sejam totalmente regulares, elas tendem a acontecer com determinada frequência ou serem desencadeadas por gatilhos específicos, como o estresse.
As mudanças de humor também desencadeiam comportamentos extremos.
Na fase depressiva, por exemplo, a pessoa bipolar pode deixar de cuidar das suas necessidades básicas e até se automutilar. Já na fase maníaca, ela pode ter condutas autodestrutivas, como beber e dirigir, ou passar dias trabalhando em um projeto.
2. Pessoas bipolares são agressivas
O transtorno bipolar e ele é com frequência associada à agressividade. Na mídia, filmes e séries retratam personagens insanos ou violentos como portadores de alguma condição de saúde mental e, muitas vezes, a bipolaridade é a escolhida.
Na vida real, já vimos casos em que pessoas atribuem comportamentos erráticos a crises bipolares.
Os sintomas da mania, em particular, incluem irritabilidade e impulsividade, o que pode levar a pessoa bipolar a comprar briga por coisas pequenas.
Entretanto, a bipolaridade não automaticamente lhe faz uma pessoa agressiva.
Estudos indicam que a frequência de comportamentos agressivos de um indivíduo bipolar possui ligação com experiências de infância e o ambiente em que ele se encontra.
Em outras palavras, trata-se da influência de fatores externos na sua conduta e personalidade, assim como acontece com todas as pessoas.
3. A mania incentiva a produtividade
A mania pode aumentar a produtividade da pessoa bipolar. Como ela é tomada pela sensação de ser indestrutível e consegue permanecer dias sem dormir, tem disposição e tempo para terminar projetos pessoais e trabalhar desenfreadamente.
Por isso, algumas pessoas acreditam que a mania não é de todo ruim e, ainda, um fator necessário para o processo criativo.
A mania, contudo, possui vários sintomas negativos, como:
- Comportamento errático: a pessoa perde a noção do perigo e acaba se colocando em situações perigosas com frequência;
- Sintomas psicóticos: em casos graves, a pessoa pode ter alucinações e delírios. Por exemplo, inventar histórias que não condizem com a realidade, como ser um super-herói disfarçado ou ser escolhido por Deus; e
- Impulsividade: a pessoa bipolar gasta dinheiro sem pensar, tem múltiplos parceiros sexuais sem tomar os devidos cuidados, bebe excessivamente, entre outros.
4. Pessoas bipolares transitam entre a mania e depressão com frequência
É comum as pessoas assumirem que quem tem bipolaridade flutua constantemente entre a mania e a depressão.
Na verdade, a transição entre os episódios pode ser tanto curta quanto longa. A pessoa bipolar não muda de humor todos os dias ou passa por várias oscilações durante um único dia.
Cada episódio tende a durar várias semanas ou meses consecutivos. A fase hipomaníaca costuma durar por, no mínimo, quatro dias.
Na maioria dos casos, a duração dos episódios é longa, logo a transição de um para o outro leva tempo para acontecer.
Da mesma forma, a frequência e a severidade das mudanças de humor depende do quadro de cada um.
Não se pode julgar uma pessoa com base na experiência e nos sintomas expressos por outra.
5. Não há como ajudar alguém com transtorno bipolar
Existe tratamento para o transtorno de bipolaridade e o apoio dos familiares e amigos é essencial para o seu sucesso.
A maneira mais eficiente de ajudar alguém com bipolaridade é buscar informação sobre a condição para entender os comportamentos da pessoa bipolar e saber como responder bem a eles.
Ter uma postura receptiva, manter a mente aberta e trabalhar para combater os estigmas acerca da bipolaridade também são atitudes que ajudam quem possui a condição.
Incentivar a busca por tratamento psicológico e psiquiátrico é igualmente importante para a pessoa querida ter uma vida de qualidade.
Reclamar sobre o “trabalho” que ela dá para o restante da família ou sobre a sua “loucura” encoraja a pessoa bipolar a desenvolver uma opinião negativa de si mesma, afastando-a das possibilidades de tratamento.
6. Crianças não podem desenvolver a condição
Crianças também podem desenvolver o transtorno de bipolaridade, mas os diagnósticos são significativamente menores do que os dos adultos.
Ainda não está claro, contudo, o quão distintos são os sintomas em crianças e adultos. Segundo o DSM-V, elas podem passar de um estado de entusiasmo e excitação para um estado deprimido e retraído com rapidez.
Mas é preciso ter em mente que essas oscilações de humor são comuns em crianças, principalmente nas pequenas. No passado, os diagnósticos de bipolaridade em crianças entre quatro e 11 anos eram mais comuns.
A opinião dos especialistas hoje é diferente e, na maioria dos casos, eles acreditam que as crianças têm transtorno disruptivo da desregulação do humor.
Para determinar se as oscilações de humor são, de fato, sintomas de uma condição de saúde mental, os pais devem levar os filhos ao psicólogo.
7. Pessoas bipolares não conseguem trabalhar
Muitos sintomas do transtorno da bipolaridade afetam o desempenho profissional. O indivíduo bipolar pode não conseguir ser tão produtivo quanto a empresa exige, ou se atrasar e faltar com frequência.
A falta de conhecimento sobre a condição e de empatia por parte dos chefes e colegas de trabalho também podem resultar em uma demissão com o passar do tempo.
Apesar dos desafios, não é impossível trabalhar quando se tem bipolaridade.
Com o tratamento e a consequente redução da intensidade dos sintomas da condição, bem como a comunicação transparente com chefes e colegas de trabalho, a pessoa bipolar consegue trabalhar e ter sucesso na vida profissional.
8. Quando os sintomas se suavizam, é possível cessar o tratamento
As pessoas costumam abandonar ou deixar de seguir à risca os tratamentos designados a elas quando começam a se sentir melhores. Isso é válido tanto para doenças físicas quanto para condições de saúde mental.
O problema é que, com o tempo, os sintomas voltam a causar danos à saúde e vida diária.
A sensação de bem-estar é uma consequência do sucesso do tratamento. Ao abandoná-lo no meio do caminho, as pessoas cortam os seus efeitos positivos e podem até correr o risco de agravar a condição.
Embora possa haver efeitos colaterais desagradáveis da medicação para a bipolaridade, é necessário seguir o tratamento determinado pelo médico.
Do mesmo modo, não é recomendado parar a terapia, mesmo quando assuntos difíceis são trazidos à tona.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...
Olá, gostei do artigo. A algum tempo eu venho tentando entender o que tenho para tratar de maneira mais adequada, tenho diagnóstico de ansiedade e depressão, mas sinto que os remédios, nem o que sei sobre isso, me contemplam integralmente. Gostaria de saber se o responsável por diagnosticar e acompanhar essas questões neurológicas num indivíduo é uma psicóloga ou uma psiquiatra. Desde já, grata pelas informações.
Olá, Rebeca! O profissional responsável pelo diagnóstico é o psiquiatra, mas é imprescindível o acompanhamento de um psicólogo para trabalhar as questões comportamentais e gatilhos emocionais, etc. Então, ter o acompanhamento de ambos os profissionais é importante.