
Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Veluma Marzola - Psicólogo CRP 06/124019

O mundo dos videogames cresceu exponencialmente nas últimas décadas. O que antes era visto como um passatempo infantil ou juvenil se transformou em uma indústria multimilionária que atravessa gerações, gêneros e culturas.
Mas, com esse crescimento, surgem também muitas dúvidas: afinal, quais são os efeitos psicológicos dos videogames? Eles influenciam o comportamento? Podem ser benéficos para a mente ou apenas causam problemas?
Benefícios psicológicos dos videogames
Antes de falarmos sobre possíveis impactos negativos, é importante reconhecer que os jogos também podem trazer benefícios.
Estímulo cognitivo
Jogos que exigem raciocínio lógico, estratégia ou memória contribuem para o desenvolvimento de funções executivas. Jogos de ação, por exemplo, aumentam a atenção visual seletiva e a velocidade de processamento. Já jogos de estratégia podem melhorar a tomada de decisão, o planejamento e a flexibilidade mental.
Esses ganhos cognitivos são especialmente relevantes em faixas etárias como a infância e a velhice, nas quais o cérebro está, respectivamente, em desenvolvimento ou em declínio gradual. Por isso, em ambos os casos, jogos bem escolhidos e moderadamente utilizados podem funcionar como exercícios para a mente.
Redução do estresse e melhora do humor
Diversos jogadores relatam usar os videogames como forma de relaxar após um dia estressante. Então, pesquisas mostram que jogos com componentes recompensadores, narrativas envolventes e ambientes imersivos ajudam a regular o humor, especialmente em pessoas com sintomas leves de ansiedade ou tristeza.
A liberação de dopamina associada à experiência de sucesso nos jogos pode contribuir momentaneamente para o bem-estar emocional. É claro que isso não substitui abordagens terapêuticas formais em casos mais graves, mas pode ser um recurso complementar em alguns contextos.
Socialização e senso de pertencimento
Jogos multiplayer e comunidades online oferecem oportunidades de socialização, inclusive para pessoas que têm dificuldades com interações presenciais. Para adolescentes e jovens adultos, isso pode criar um senso de pertencimento importante, principalmente quando se sentem marginalizados em outros espaços.
Alguns jogos promovem a colaboração e a construção de estratégias em grupo, fortalecendo vínculos e até ensinando habilidades sociais, como negociação, empatia e liderança.
Os riscos psicológicos do uso excessivo
Apesar dos benefícios, o uso excessivo ou inadequado dos videogames pode acarretar prejuízos importantes para a saúde mental e emocional. O impacto varia de pessoa para pessoa, mas alguns riscos já são bem documentados.
Comportamentos compulsivos e vício em jogos
Uma das maiores preocupações atuais é o desenvolvimento de comportamentos compulsivos relacionados aos jogos, especialmente os online e competitivos. Em 2018, a Organização Mundial da Saúde reconheceu oficialmente o transtorno por uso de videogames como condição de saúde mental.
Esse transtorno se caracteriza por uma perda de controle sobre o tempo de jogo, prioridade excessiva aos jogos em detrimento de outras atividades e a manutenção do hábito mesmo diante de consequências negativas, como problemas escolares, familiares ou profissionais.

Isolamento social e prejuízos na vida cotidiana
Embora os jogos possam promover socialização, o uso desmedido pode gerar o efeito oposto: o isolamento. Jogadores que passam muitas horas imersos em mundos virtuais podem negligenciar suas relações reais, reduzindo o contato com amigos, familiares e colegas.
Em adolescentes, isso pode se manifestar como dificuldade de interação social, queda no rendimento escolar e aumento da irritabilidade. Já em adultos, pode afetar o desempenho no trabalho, o autocuidado e os relacionamentos afetivos.
Ansiedade, frustração e agressividade
Jogos com desafios constantes, recompensas imediatas e alta competitividade podem aumentar os níveis de ansiedade em jogadores mais vulneráveis. Além disso, a frustração diante de derrotas sucessivas ou falhas técnicas pode desencadear reações emocionais intensas, como raiva ou irritação.
É importante lembrar que nem todos os jogos violentos levam a comportamentos agressivos, mas há evidências de que, em algumas circunstâncias, a exposição prolongada a jogos com conteúdos violentos pode dessensibilizar o jogador e alterar padrões de empatia.
Fatores que influenciam os efeitos dos jogos
A psicologia mostra que os efeitos dos videogames não são universais: eles dependem de múltiplos fatores. O tipo de jogo, o tempo de exposição, a idade do jogador e seu estado psicológico são apenas alguns dos elementos que devem ser considerados.
Tempo de uso
O tempo gasto jogando é um fator crítico. Jogar 1 hora por dia pode trazer benefícios; jogar 8 horas seguidas, todos os dias, tende a trazer prejuízos. O ideal é encontrar um equilíbrio que permita o lazer sem comprometer outras áreas da vida.
Tipo de conteúdo
Jogos educativos, de simulação ou que estimulam a criatividade (como jogos de construção) tendem a ter efeitos mais positivos. Já jogos com conteúdos violentos ou com recompensas baseadas em mecanismos de vício (como loot boxes) podem representar maiores riscos.
Idade e maturidade emocional
Crianças e adolescentes ainda estão desenvolvendo habilidades de autorregulação emocional e controle dos impulsos. Por isso, tendem a ser mais vulneráveis aos impactos negativos dos jogos, especialmente quando não há supervisão adulta ou diálogo sobre os conteúdos.
Estado de saúde mental
Pessoas com transtornos como depressão, ansiedade social ou TDAH podem buscar nos jogos um alívio momentâneo para seus sintomas. Embora isso possa funcionar como um “refúgio”, também pode criar um ciclo de evasão da realidade que agrava o problema no longo prazo.
O papel dos pais, educadores e profissionais de saúde
Diante desse cenário complexo, a mediação dos jogos na vida das pessoas — especialmente crianças e adolescentes — se torna fundamental. A psicologia recomenda uma abordagem equilibrada, baseada em diálogo, limites e acompanhamento.
Pais e responsáveis devem acompanhar o conteúdo dos jogos, estabelecer limites de tempo e incentivar outras atividades offline. Mais do que proibir, é importante conversar com os filhos sobre o que jogam, com quem jogam e por que gostam daquele jogo específico. Se for necessário, considere levar os filhos para a terapia.
Essa postura cria um ambiente de confiança e permite identificar sinais precoces de uso problemático, como isolamento, agressividade ou queda no desempenho escolar.
As escolas também podem ser aliadas, oferecendo orientação sobre o uso saudável da tecnologia e, eventualmente, utilizando jogos educativos como ferramenta de aprendizagem. O diálogo entre escola e família é essencial para garantir uma abordagem coerente.
Mas, quando o uso dos jogos começa a interferir na vida cotidiana, no bem-estar emocional ou nas relações sociais, é hora de buscar ajuda profissional. Um psicólogo pode avaliar se há um uso disfuncional, compreender os fatores emocionais por trás do comportamento e propor estratégias de regulação.
A terapia também pode ajudar a desenvolver habilidades sociais, autoestima e formas saudáveis de lidar com o estresse, reduzindo a necessidade de evasão por meio dos jogos.
Caminhos para um uso saudável dos videogames
Nem tudo se resume a riscos ou benefícios: a chave está no uso equilibrado e consciente. Jogos podem fazer parte de uma vida saudável, desde que inseridos num cotidiano que também valorize as relações, o corpo, a aprendizagem e o descanso.
Algumas dicas importantes:
- Estabeleça horários e pausas regulares durante as sessões de jogo.
- Escolha jogos adequados à faixa etária e maturidade.
- Equilibre o tempo de jogo com atividades físicas, sociais e escolares/profissionais.
- Converse sobre os jogos com filhos, amigos ou parceiros.
- Use a tecnologia como aliada — existem aplicativos que ajudam a controlar o tempo de tela.
A psicologia oferece ferramentas para lidar com comportamentos compulsivos, desenvolver maior consciência sobre os hábitos e construir uma relação mais saudável com o mundo digital. Procure o profissional ideal em Psicólogo.com e comece sua jornada de bem-estar!
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Autor: psicologa Psicóloga Veluma Marzola - CRP 06/124019Formação: A psicóloga Veluma é formada há mais de 10 anos e é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental. Possui experiência em escuta e acolhimento em Terapia Individual e Terapia de Casal. Atende demandas como ansiedade generalizada, conflitos profissionais, amorosos e familiares, disfunção sexual...















