Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
Entenda como as fases do luto devem ser respeitadas.
A morte ainda é um grande tabu para a humanidade. Cada cultura lida de forma diferente com ela. Atualmente, a morte é um tema que envolve muita discussão, na medicina, nos códigos sociais e principalmente na religião.
Como parte de um importante tabu, as sociedades criam mecanismos próprios para a sua abordagem. Para a psicologia freudiana, as fases do luto devem gerar um complexo de reações psicológicas, às vezes conscientes, de experiências pessoais.
Mas para a psicologia em geral, entende-se que estas fases do luto podem ser consideradas como “naturais” de um indivíduo. Isso por que a sua superação envolve não apenas a eliminação da dor, mas o aprendizado para a própria vida. Uma verdadeira adaptação às novas circunstâncias da vida.
O significado da morte
Para Jung, “a felicidade perderia seu significado se não fosse equilibrada pela tristeza”. Ela foi muito representada sob diversos aspectos: artísticos, religiosos, culturais, ritos de passagem, esotéricos, psicológicos etc.
Muitas vezes ligada aos aspectos mais terríveis da vida humana, ela sempre estará presente no mais profundo subconsciente do ser humano. E sobre ela recaem todas as formas de más interpretações possíveis. Aquilo que não é aceito, que se desconhece, geralmente se dá o valor negativo, ou o contrário da vida.
Essa visão binária é a responsável pela dor e sofrimento, pois infelizmente tende-se a não aceitá-la sob a sua natureza.
Assim como a eterna ciranda da natureza, de criação e destruição, a morte é algo que estará presente na existência, enquanto existir esse ciclo. Por isso que a fantasiosa ideia de imortalidade é, consequentemente, uma ilusão criada e projetada pelas culturas humanas.
Como lidar com as fases do luto
As nossas vidas estão intrinsecamente ligadas aos simbolismos da morte e da vida. Estes são um dos maiores tabus da vida humana, sendo superados apenas pela sexualidade. Como aprendemos a lidar com as fases do luto da forma em que não soframos e possamos até ser construtivos?
Todo luto é algo que existe quase que inteiramente em todas as culturas humanas. As fases do luto, como especificado pelos psicólogos, deve ser respeitado.
Ele (o luto) não deve ser encarado como um tipo de problema, que possa ser solucionado. Encarar o luto desta forma, significa não reconhecer que na sua natureza existe um verdadeiro processo a ser cumprido, no consciente e no inconsciente do indivíduo.
Como funciona esse processo?
O luto geralmente se relaciona à morte de alguém querido ou conhecido. Para os médicos, a morte é tratada de forma a atestar o óbito de alguém, com uma declaração oficial do término de vida de um indivíduo.
O luto é um processo bem mais amplo, pois, como um conjunto de reações a uma perda significativa, ele pode ter diferentes formas de expressão, como por exemplo, a utilização de determinadas cores, lembranças simbólicas da perda através de rituais etc.
O luto está associado ao sentimento de tristeza e dor. No entanto, com o passar do tempo, este processo evolui, tornando-se mais ameno em relação aos sentimentos de pesar. As durações das fases do luto variam tanto de pessoa para pessoa quanto de grupo para grupo.
Quando surge o caso de uma pessoa que não consegue lidar de forma adequada com as fases, o luto poderá ser considerado como do tipo patológico, sendo, portanto, recomendado um processo terapêutico.
Conheça os 5 estágios do luto
Sempre considere que cada pessoa possui o seu próprio tempo de luto e de vivenciar seu processo de dor. Este tempo deve ser reconhecido e respeitado para que se possa atravessar cada um destes 5 estágios do luto.
1. Negação
Este primeiro estágio é marcado pela grande dificuldade em acreditar e aceitar o fato que realmente aconteceu. Neste momento, a dor é intensa e existe a dificuldade de lidar com a perspectiva de um futuro sem o ente querido.
Esse estágio é considerado como um tipo de mecanismo de defesa do próprio ego, que existe contra a dor psíquica diante da morte. É comum também que a pessoa em um dado momento comece a negar completamente o fato.
2. Raiva
No segundo momento, ao perceber que o falecimento de fato aconteceu, e de que não existe nada mais que possa ser feito a respeito, é comum sentir uma revolta ou impotência muito grande.
Neste estágio, a pessoa irá perceber que não é mais possível reverter a situação, e a tendência é que essa dificuldade de se conformar se transforme em raiva, por causa da impotência. Aqui pode acontecer o descontrole emocional e ressentimento. Também é a fase dos questionamentos como “por que isso aconteceu?”.
A maioria das pessoas tem dificuldade em manterem-se calmas. Por isso, é importante, devido à hostilização que a revolta causa, que alguém esteja por perto compreendendo o que a pessoa está passando.
3. Negociação
Neste estágio, a pessoa tentará aliviar a sua dor e começará a realizar algumas ponderações, sobre a realidade, imaginando possíveis resoluções como se estivesse fazendo “acordos” internos.
Muitas vezes ela é voltada para as questões religiosas ou místicas. Também são comuns reflexões típicas como “daqui em diante vou ser uma pessoa melhor”, “terei uma vida mais saudável” etc.
4. Depressão
O 4º estágio geralmente é o período mais longo de todo o processo de luto, sendo caracterizado por um tipo de sofrimento intenso, marcado pela sensação de melancolia, culpa e desesperança.
Aqui, a pessoa pode passar por fases de isolamento e começar a apresentar necessidades cada vez maiores de introspecção. Esta fase é complicada porque algumas pessoas demoram até décadas para sair ou no pior dos casos, definitivamente não aceitam a perda.
5. Aceitação
Na fase final dos 5 estágios do luto, a pessoa consegue ter uma visão mais realista e passa aceitar o fato. É onde o desespero e a tristeza profunda em relação à perda começa dar lugar a uma maior serenidade, enfrentando a saudade com mais consciência.
Apesar da realidade da morte, ela continua sendo o grande mistério para muitas pessoas. Como é impossível prevê-la, a maioria não consegue lidar bem com o fato de perder alguém querido. Como não há preparo para esse momento, ela simplesmente acontece.
Para quem fica, os 5 estágios do luto devem ser vistos como um processo natural para lidar com a perda. Os sentimentos podem refletir em vários sintomas físicos e emocionais, tais como aperto no peito, dor de estômago, falta de ar, fadiga, tristeza profunda e isolamento.
Mas é importante estar atento! A morte de um pessoa querida pode ocasionar como o início de uma doença, a depressão ou transtornos e traumas.
Mas como é possível trabalhar estes 5 estágios do luto?
Primeiro ponto: não se culpe nem se julgue. No momento em que se perde alguém que amamos, é muito comum que o sentimento de culpa e algum peso na consciência tomem conta dos pensamentos. Isso acontece porque a perda faz com que a pessoa comece a pensar em coisas, tudo o que deixou de fazer ou dizer.
Segundo ponto: diz respeito à adaptação à nova rotina. Ajustes devem ser realizados no devido tempo, para aprender a conviver com a ausência da pessoa. Tente mudar alguns hábitos e busque a assertividade em tudo na sua vida.
Como uma nova forma positiva de enfrentar a saudade sem deixar de pensar na pessoa, faça algo que o interesse, como um curso, uma viagem, um trabalho etc. Busque algo que dê prazer e traga uma sensação de preenchimento.
Cuidando da inteligência emocional
Trate bem suas emoções. Elas permitirão que a pessoa encontre força e coragem para recomeçar. A ajuda profissional possibilitará dar esse entendimento mais profundo sobre as suas emoções, crenças e valores, ajudando a pessoa a atravessar esses 5 estágios do luto com mais equilíbrio.
Saber passar por cada um dos 5 estágios do luto é um processo que exige muito autoconhecimento e força para reagir diante do que aconteceu. Com isso, é possível tirar grandes aprendizados, o que pode tornar a vida um pouco melhor e com mais significado.
Conclusão
Há diversas formas de lidar e superar o luto, e o psicólogo poderá indicar qual é o melhor meio para isso. De uma perspectiva mais “positiva”, é muito comum orientar a pessoa de que a perda de alguém querido é também uma forma de nos adequar às novas circunstâncias da vida, em posições diferentes. E assim, deste modo, traçar caminhos mais amplos que antes não eram percebidos.
Por outro lado, encarar o assunto da morte de forma clara e transparente, ajuda no processo de visualizá-la como uma experiência menos impactante. Uma das fases mais angustiosas é o da depressão, que pode durar mais tempo do que as demais.
É quando a “ficha” caiu, e neste sentido, é importante que familiares e amigos estejam sempre por perto.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...