Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Veluma Marzola - Psicólogo CRP 06/124019
Muito se fala em perdoar os outros, mas aprender a perdoar a si mesmo é igualmente importante. Só que o autoperdão costuma ser mais difícil do que o perdão voltado aos outros, além de ser um conceito pouco conhecido pela maioria das pessoas.
O processo para aprender a perdoar a si mesmo tende a ser longo e trabalhoso, principalmente quando se é muito exigente consigo mesmo. Muita coisa precisa ser desconstruída, como, por exemplo, conceitos aprendidos na infância que passam a ditar as nossas vidas adultas. Como este assunto é complicado, separamos dicas sobre autoperdão neste post!
O que é autoperdão?
O autoperdão é o ato de perdoar a si mesmo. Perdoar os nossos erros, decisões equivocadas, palavras ásperas, defeitos, conflitos, entre outros.
Perdoar, no geral, é muito difícil. Quando um acontecimento desperta frustração, raiva, tristeza, ressentimento e outras fortes emoções, normalmente não se consegue perdoar de imediato.
O ditado popular “o tempo cura tudo” tem o seu fundo de verdade. É preciso esperar os sentimentos perderem a intensidade para conseguir analisar a situação de maneira lógica e tentar entender o lado do outro. Só assim conseguimos ter uma conversa sincera com a pessoa e entrar em acordo conosco para perdoá-la.
O mesmo se aplica quando se é preciso perdoar a si mesmo. Leva tempo para conseguirmos digerir os sentimentos voltados a nós e, enfim, chegar ao ponto do autoperdão.
Por que o autoperdão é tão difícil?
O autoperdão costuma ser mais difícil do que o perdão concedido a terceiros.
Isso se dá por algumas razões: baixa autoestima, as pessoas tendem a ser mais duras consigo mesmas do que com os outros, perfeccionismo, excesso de autocrítica, postura rígida e falta de contato com o conceito de autoperdão.
Em vez de se perdoar, a maioria das pessoas se culpa e se pune por seus erros, colocando-os sob uma lente de aumento sem a necessidade. Há uma supervalorização do deslize cometido, ainda que ele seja pouco significativo e fácil de corrigir.
Além de não ajudar nenhuma situação a melhorar, o peso da culpa prejudica a autoestima e atrapalha o crescimento pessoal. É difícil seguir em frente com esse peso nos puxando para baixo.
Pessoas com depressão costumam ter mais dificuldade para perdoar a si mesmas, fazendo tempestade em copo d’água de situações simples. Os sintomas depressivos deixam as emoções à flor da pele, principalmente as negativas, como a raiva e o medo.
Os pensamentos autodepreciativos, que trazem o foco somente para o que há de errado conosco, também colaboram para fortalecer a culpa.
Por que o autoperdão é importante?
Todo mundo está sujeito a cometer erros e tomar decisões equivocadas, mesmo quando se pensa estar fazendo o certo. Fazer planos e reformulá-los com o passar do tempo fazem parte da jornada de crescimento de todos nós.
Os erros trazem lições valiosas para o nosso crescimento pessoal, como paciência, humildade, resiliência e pensamento positivo. Sem experiências ruins, não conseguimos usar todo o nosso alcance emocional, desenvolver habilidades e adquirir experiência de vida para ter atitudes mais efetivas em situações futuras.
A primeira reação ao errar, seja no trabalho, com uma pessoa importante ou consigo mesmo, tende a ser a frustração, seguida pela raiva. “Por que escolhi fazer isso?”, você pode se perguntar repetidamente. “Por que não fiz de outro jeito?”, também é outro questionamento comum nesta situação.
Passados esses sentimentos, é preciso compreender que os erros e as experiências ruins são oportunidades para aprender. E, para absorver o aprendizado corretamente, praticar o autoperdão é necessário.
Quem é muito exigente consigo mesmo tem dificuldade para entender que também possui o direito de errar e está tudo bem. Associam o erro, independentemente de qual seja ele, com a sua própria competência, inteligência ou caráter.
Sem o autoperdão, ficamos presos no estágio da culpa e dos questionamentos ou, ainda, jogamos a responsabilidade da situação para outra pessoa.
O que acontece quando praticamos o autoperdão?
Quando você compreende a importância de perdoar a si mesmo, automaticamente se dá permissão para cometer erros e aprender com eles. Defeitos, fracassos e falhas deixam de ser o fim do mundo e se tornam apenas mais uma parte dele.
Sem o peso para ser perfeito o tempo inteiro, você consegue atingir todo o seu potencial criativo e correr riscos que antes considerava impossíveis em razão do medo de errar ou do julgamento.
O autoperdão também preserva a autoestima. Como todas as pessoas cometem erros, não faz sentido se colocar para baixo só porque você errou uma ou várias vezes na vida, não é mesmo? O ideal é aceitar o ocorrido e se perdoar para conseguir seguir adiante, bem como se fortalecer para o futuro.
Mesmo quando você errou com outra pessoa e feriu os sentimentos dela, você precisa se perdoar para pedir perdão e aprender com a situação. Passar a vida inteira se punindo não vai fazer bem a você tampouco à outra pessoa. Perdoar a si mesmo nessa situação não é o mesmo que fazer vista grossa para as suas atitudes, mas uma maneira de te ajudar a remediar a situação.
Como praticar o autoperdão?
Agora que você compreende a importância do autoperdão, pode se perguntar “eu sou muito exigente comigo mesmo?”. Embora seja necessário assumir a responsabilidade por nossos erros, não precisamos fazer a nossa vida gerar ao redor deles. Para começar a praticar o autoperdão, você pode:
1. Questionar-se
Faça um pequeno exercício de autoconhecimento e se pergunte como você reage às suas falhas, defeitos e erros. Em seguida, se pergunte como você reage aos erros dos outros. Você perdoa o outro com mais facilidade do que perdoa a si mesmo? Se sim, por quê?
Essas reflexões são importantes para que você entenda o seu próprio comportamento e consiga corrigir pontos problemáticos que geram sofrimento no dia a dia, como pessimismo, perfeccionismo ou autocrítica excessiva.
2. Praticar a autocompaixão
Em seguida, comece praticando a autocompaixão. Compreenda que você, assim como todas as pessoas, pode errar muitas vezes ao longo da vida. Pode até tomar a mesma decisão errada múltiplas vezes. O importante é avaliar o seu comportamento, aprender com as experiências negativas e continuar tentando acertar.
3. Fortalecer a sua autoestima
Quem tem baixa autoestima possui uma opinião negativa sobre si mesmo. Assim, qualquer coisa feita errado é visto como imperdoável ou uma razão para se punir por horas ou até dias. Por isso, trabalhe a sua autoestima.
Você pode fazer alguns exercícios para atingir esse resultado, como listar as suas qualidades e os seus feitos com frequência, se parabenizar por conquistas, não se levar tão a sério, valorizar os seus pontos fortes, entre outros. Esse também é um trabalho vagaroso, feito dia após dia, então tenha paciência.
4. Abandonar o perfeccionismo
Pessoas perfeccionistas têm dificuldade para aceitar que podem errar. Elas reconhecem os próprios erros e assuem a responsabilidade por eles, mas não conseguem avançar deste ponto ou demoram a fazê-lo. É necessário abandonar o perfeccionismo para primeiro ser compassivo consigo mesmo.
Comece a ensinar a si mesmo que não há problema em errar. Cometer erros, não ser bom em alguma coisa ou não conseguir ter atitudes as quais você considera adequadas não faz de você uma pessoa menos competente. Através do diálogo interno positivo, você eventualmente vai conseguir se desligar dessa mentalidade.
Caso tenha dificuldade para fazer isso, também pode buscar a orientação de um psicólogo na terapia. O perfeccionismo pode ser o resultado de uma criação rígida e cheia de cobranças. Sendo assim, para mudar esse comportamento, é preciso revisitar as experiências do passado que colaboraram para a formação dele.
5. Entrar em ação
Se você pode fazer alguma coisa para remediar a situação, faça. Tome as rédeas das circunstâncias e procure agir da maneira como você pode no momento, cuidando para não forçar. Se não puder fazer nada com rapidez, peça perdão e espere até que a oportunidade perfeita para agir apareça.
Entretanto, evite agir sem pensar. Reflita sobre a situação primeiro para encontrar a melhor solução e só depois tome uma decisão. Caso contrário, você pode acabar cometendo outro erro ou irritando alguém.
6. Praticar, praticar, praticar
Sempre que errar, pratique o autoperdão. Mesmo que você tenha a mesma reação de sempre e comece a se culpar, pare um momento para refletir e coloque os ensinamentos em prática. Só mudamos um hábito ou comportamento quando o substituímos e, para isso, precisamos praticar diversas vezes até conseguirmos reproduzir a nova conduta de maneira automática.
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Autor: psicologa Psicóloga Veluma Marzola - CRP 06/124019Formação: A psicóloga Veluma Marzola é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental. Possui experiência em escuta e acolhimento em Terapia Individual e Terapia de Casal. Atende demandas como ansiedade generalizada, conflitos profissionais, amorosos e familiares, estresse, depressão, disfunção sexual...
Amo esses artigos da dra. Thaiana, eles são bem práticos e de fácil entendimeto, obrigado pleos artigos
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