Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Veluma Marzola - Psicólogo CRP 06/124019
O ciúme é um sentimento comum na infância. Pais podem se sentir perdidos quando percebem os primeiros sinais de comportamento ciumento nos filhos, principalmente quando a criança entra em crise.
Qual é a melhor maneira de responder ao ciúme dos filhos?
O que é ciúme infantil?
O ciúme dos filhos surge quando acreditamos que uma pessoa querida pode ser roubada de nós ou quando ela dedica atenção e afeto a outros indivíduos. Os medos do enciumado são muitos: de ser esquecido, de ser deixado para trás, de não ser considerado tão importante assim, de perder alguém importante, entre outros.
As crianças também podem sentir ciúme. Na verdade, esse sentimento é muito comum nos pequenos, que não tem muito controle emocional. Diferente do ciúme dos adultos, o ciúme das crianças costuma ser bem simples, uma vez que eles não compreendem muito bem o mundo ao seu redor.
É preciso ter isso em mente quando se está lidando com crianças. Às vezes pais esquecem que os filhos, principalmente nos primeiros anos de vida, não entendem como o mundo e os relacionamentos funcionam. As reações ‘exageradas’ das crianças são uma consequência da fase do seu desenvolvimento, não somente birra.
É o dever dos adultos explicar aos pequenos o que está acontecendo e ensiná-los a lidar com a situação, ainda que eles não entendam todas as particularidades dela. Pelo menos, elas se sentirão mais calmas ao ter alguma informação e o apoio emocional dos pais.
Quando a criança sente ciúme?
Pais podem ficar preocupados ao notar os sinais de ciúmes dos filhos. A preocupação pode ser tanto com o bem-estar emocional da criança quanto à sua habilidade como pai ou mãe. Mas não é preciso se desesperar. Como dito, o ciúme que os pequenos sentem costuma ser bastante simples. Veja, abaixo, as ocasiões que despertam o ciúme dos filhos pequenos.
Ciúme de um dos pais
Às vezes a criança tem um pai favorito, podendo este ser a mãe ou o pai. A mãe costuma ocupar esse cargo por passar mais tempo com os pequenos por questões de necessidade dos próprios filhos, como amamentação e desejo de ficar perto da mãe. Quando isso acontece, a criança pode ter ciúme quando a mãe ou o pai chega perto. Consequentemente, o filho pode demonstrar resistência em obedecer ao outro pai e em querer passar tempo com ele.
Ciúme em razão do irmão
É comum uma criança ter ciúme do irmão ou irmã. Ainda que eles se amem, ainda estão “competindo” pela atenção dos pais. Essa competição costuma diminuir ou desaparecer à medida que os filhos entram na adolescência. Mas é preciso que os pais não façam distinção dos filhos. Quando os pais não tratam os filhos com igualdade, o ciúme vira ressentimento na vida adulta.
Então, no caso das crianças, elas têm dificuldade para entender que os pais precisam dar mais atenção ao irmão menor por ele requerer mais cuidados. É especialmente difícil para o mais velho compreender que precisa dividir o espaço e a atenção dos pais com o mais novo quando ele chega em casa. Por isso, os primeiros dias ou meses de convivência podem ser os mais difíceis para o mais velho.
Ciúme por conta de outros adultos
Mesmo filhos únicos podem ter ciúme dos pais. Neste caso, o ciúme pode ser direcionado a outros adultos. Por exemplo, amigos dos pais que fazem uma visita ou parentes que a criança não tem muito contato, como tios distantes ou primos mais velhos.
Como não consegue expressar os seus sentimentos direito, a criança pode demonstrar esse sentimento por meio de gritaria, choro, birra e tentativas de chamar atenção dos pais quando a visita está perto. Esse comportamento tende a ser mais comum com as mães, dado que elas tendem a passar mais tempo com os pequenos.
Ciúme de um objeto
O ciúme dos filhos também pode ser de um objeto, como um brinquedo, uma mantinha ou um bichinho de pelúcia. Então, quando alguém mexe nesse objeto querido, elas podem fazer birra, como gritar, chorar ou até tentar destruir outros brinquedos. Para que ninguém toque nele ou o mova de lugar, a criança pode esconder o objeto querido em algum lugar do quarto ou levá-lo consigo para todo lugar, como a escola, passeios, playground, consultas, entre outros.
Ciúme infantil pode causar ansiedade?
Em alguns casos, a criança pode ter uma reação muito forte ao ciúme e ficar ansiosa toda vez que pensa na possibilidade de perder a atenção dos pais. As crianças experimentam os sintomas ansiosos de modo diferente, ainda que alguns sintomas sejam semelhantes à ansiedade na vida adulta.
Quando ansiosas, crianças podem sentir:
- Pesadelos;
- Alterações no sono;
- Dores de cabeça;
- Nervosismo ao se separar dos pais;
- Mudança nos hábitos alimentares;
- Agitação;
- Dor de barriga;
- Agressividade ou irritabilidade;
- Isolamento social (de outras crianças ou da família); e
- Crises de choro.
A ansiedade considerada saudável some quando o objeto que causa inquietação desaparece. Então, se os sintomas de ansiedade persistirem por vários dias ou até semanas, os pais podem procurar a ajuda de um psicólogo para saber como responder à ansiedade dos filhos.
Como ajudar a criança com o ciúmes?
Para ajudar as crianças a lidar com o ciúmes, confira algumas dicas abaixo.
Tenha uma conversa sobre sentimentos
Converse com seus filhos sobre sentimentos. É muito importante ajudar a criança a compreender o que ela está sentindo, guiando-a para que ela chegue a uma conclusão por conta própria. Essa é uma forma de introduzir a importância do bem-estar emocional e saúde mental na vida dos pequenos. Para isso, use linguagem adequada para a idade do filho.
Analise a quantidade de atenção que cada criança recebe
Faça uma análise acerca da quantidade de atenção que cada filho recebe. Você ou o seu cônjuge podem estar dando mais atenção para uma das crianças sem perceber.
É claro que quando um dos filhos é mais novo, ele recebe mais atenção, então exclua os fatores óbvios, como cuidados com alimentação, higiene e outros. Não se sinta mal se você perceber que está, de fato, dedicando mais atenção a um do que ao outro. Acontece! O mais importante é reconhecer e aprender com a sua conduta.
Explique a dinâmica familiar para a criança
Explique para a criança como funciona a convivência com um irmãozinho, usando palavras que ela consiga compreender, é claro. Por exemplo, explique que ela precisa compartilhar tanto a atenção dos pais quanto brinquedos ou outros objetos quando for o caso.
Da mesma forma, explique que o irmão menor precisa de mais cuidados por não saber se cuidar ainda. Procure incluir o irmão mais velho em atividades de “cuidar” do mais novo, mesmo que seja só para estar junto, olhando e conversando com o pai ou mãe.
Evite fazer comparações
Comparações entre filhos e até entre os seus filhos e os dos outros sempre causam um desconforto. Afinal, cada filho é diferente e, para a criança, adolescente ou adulto, a comparação soa como um atestado de que ele é inferior. Ele pode carregar a sensação de que está fazendo algo errado e nunca conseguirá a aprovação dos pais como o irmão ou irmã.
Faça mudanças em casa
Após fazer análises na maneira como você e o parceiro estão tratando os filhos, faça as mudanças necessárias em casa para responder às necessidades emocionais dos pequenos. Por exemplo, dedique mais atenção a cada um dos filhos e faça programas divertidos com eles em conjunto ou separadamente, somente você e a criança.
Já se um dos pais é considerado o favorito pela criança, tente fazer com que ela passe um tempo com o outro, sempre priorizando a diversão. Priorize também a diversão com todos os membros da família para que a criança se acostume com a presença de ambos os pais e irmãos.
Faça elogios
Toda criança gosta de ouvir elogios dos pais. Elogiar e reconhecer as conquistas dos filhos, ainda que pequenas, é uma forma eficiente de elevar a sua autoestima. Se você possui mais de um filho, faça elogios a ambos com a mesma frequência, reconhecendo quais são as suas melhores habilidades. Desta forma, eles crescerão ciente de suas forças.
Entretanto, faça elogios coerentes com a situação. O excesso de elogios pode inflar a autoconfiança das crianças e fazer com que elas percam o contato com a realidade, tornando-se adolescentes arrogantes. Por isso, outras consequências do hábito de elogiar demais são a frustração e as dúvidas na adolescência e vida adulta quando o filho não recebe os elogios que acredita merecer.
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Autor: psicologa Psicóloga Veluma Marzola - CRP 06/124019Formação: A psicóloga Veluma é formada há mais de 10 anos e é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental. Possui experiência em escuta e acolhimento em Terapia Individual e Terapia de Casal. Atende demandas como ansiedade generalizada, conflitos profissionais, amorosos e familiares, disfunção sexual...
Muito obrigado pelo artigo pós, ajudou-me muito com a minha pesquisa