Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
Você já pensou em usar histórias e criar narrativas para cuidar da sua saúde mental e bem-estar emocional?
Elas podem ser úteis para digerir acontecimentos, principalmente aqueles considerados mais estressantes e intensos, e reduzir preocupações.
Na psicologia, as narrativas possuem um papel específico: criar significados positivos e saudáveis que ajudem o indivíduo a levar uma vida feliz e satisfatória.
O que significa “criar narrativas”?
Grande parte das pessoas gosta de histórias.
Essas, por sua vez, estão em todos os lugares: nas novelas, séries, filmes, músicas, livros e até nas conversas do dia a dia.
As histórias ajudam as pessoas a aprenderem sobre o mundo, bem como a enriquecerem a sua visão de mundo e personalidade.
Aprendemos lições valiosas em histórias cujo objetivo é passar uma mensagem significativa.
Nos divertimos com histórias que só querem nos alegrar por algumas horas, como no caso dos filmes de comédia.
Na nossa vida, também podemos contar histórias.
Podemos, por exemplo, contar histórias sobre nós mesmos, discorrendo sobre as nossas experiências de vida, ou para nós mesmos.
Por exemplo, podemos criar narrativas sobre a nossa personalidade e o nosso dia a dia para nos ajudar a ter uma visão mais positiva do mundo.
Essa é uma das premissas da ‘terapia narrativa’, desenvolvida entre 1970 e 1980, pelo assistente social, Michael White, de origem australiana, e o psicólogo David Epston, de origem neozelandesa.
O que é terapia narrativa?
A psicologia vê as narrativas como instrumentos de construção de significados.
É através delas que as pessoas interpretam e compreendem as particularidades da existência humana.
Grande parte das pessoas vive imersa em narrativas construídas a partir de suas experiências de vida, opiniões de terceiros, influência midiática e outros fatores.
E, nem sempre, essas narrativas são positivas.
Pelo contrário, elas podem fazer com que indivíduos se sintam fragilizados, impotentes e marginalizados.
A terapia narrativa propõe desafiar essas narrativas e criar um discurso único, com base na realidade, para que o indivíduo consiga transitar pela vida de maneira saudável e autoconfiante.
Assim, pacientes são encorajados a criar histórias saudáveis sobre as suas próprias identidades.
A análise dos valores presentes em narrativas existentes também faz parte da metodologia desta abordagem.
Então, ao analisá-los de maneira fria, pacientes conseguem identificar os valores que fazem bem para eles e os que podem ser descartados.
Entre as ‘narrativas existentes’ estão aquelas que foram contadas ao indivíduo por terceiros, como familiares.
Por exemplo, quem tem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) normalmente recebe os rótulos de “preguiçoso” ou “burro” de pessoas que não entendem os sintomas da condição.
Ele pode internalizar essas palavras agressivas e viver acreditando ser, de fato, uma pessoa incapaz de estudar ou de fazer certas tarefas.
As experiências do passado também são objeto de ressignificação.
A intenção não é mentir para si mesmo sobre o que ocorreu.
Pelo contrário, é analisar a situação através do distanciamento emocional para identificar e digerir os fatos. Em seguida, são criadas narrativas para ajudar o paciente a ficar em paz com o ocorrido.
Quais são as características da terapia narrativa?
A terapia narrativa é, assim como todas as abordagens psicoterapêuticas, construída sobre alguns pilares. Abaixo, discorremos sobre alguns deles.
1. Fortalecimento ou ressignificação da identidade
Através das narrativas criadas pelo paciente com ajuda do psicólogo, ele consegue fortalecer o seu senso de identidade.
Neste processo, valores, competências emocionais, habilidades e outras características do ‘eu’ são identificadas.
A partir desse trabalho de autoconhecimento, ele consegue viver conforme esses valores ou modificar pontos problemáticos que causam sofrimento.
Além disso, os elementos colocados na história do paciente evidenciam a sua opinião sobre si mesmo e acerca do que ele é capaz de conseguir na sua vida.
Assim, o psicólogo consegue, quando for necessário, ajudar o paciente a fortalecer a sua autoestima.
2. Separar identidade dos problemas
O senso de identidade é muito importante para a terapia narrativa. Segundo essa abordagem, não existe algo como “verdadeira identidade” ou “verdadeira natureza”, compartilhada por todas as pessoas, ou que permaneça adormecida dentro do indivíduo.
A identidade é formada a partir das atitudes, perspectivas e experiências de vida. Então, pode ser alterada a qualquer momento.
Basta a pessoa decidir mudar e fazer escolhas diferentes para a sua vida.
É claro que esse processo é longo e exige disciplina e autocompaixão por parte de quem deseja mudar.
Sendo assim, a terapia narrativa ajuda os pacientes a separarem os seus problemas, dificuldades e erros de quem eles são.
Então, esses elementos deixam de impactar a autoimagem do paciente.
3. Trabalho colaborativo
O “Mapa de Declaração de Posição”, desenvolvido por Michael White, é feito pelo próprio paciente.
Ele possui como função deixar que ele avalie os seus problemas e cursos de desenvolvimento.
Assim, o psicólogo consegue compreender as queixas e experiências de vida dos pacientes a partir do ponto de vista deles.
Na terapia narrativa, psicólogo e paciente possuem posturas colaborativas.
Ou seja, trabalham juntos durante o tratamento psicoterapêutico.
Ao adotar essa postura, o psicólogo consegue passar ao paciente, de maneira implícita, a mensagem de que ele possui as habilidades e os conhecimentos necessários para solucionar os próprios problemas.
4. Prática de relembrar
A terapia narrativa também defende que a identidade é uma conquista.
Em outras palavras, o paciente trabalhou, mesmo que de maneira inconsciente, para ser a pessoa que ele é.
Então, a prática de relembrar é comum durante o processo psicoterapêutico.
Ela ajuda o paciente a se aproximar das suas próprias conquistas e valorizá-las.
Quando procurar esse tipo de terapia?
Esse tipo de terapia pode ser procurado a qualquer momento.
Ela tende a ser efetiva em casos de baixa autoestima, depressão, transtornos alimentares, Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), síndrome de burnout, transtornos de personalidade e outras condições.
Pessoas com essas condições costumam ter perspectivas equivocadas da realidade e de si mesmas, sempre puxando a sua interpretação para o negativo ou catastrófico.
Então, essas técnicas de narrativa costumam ser usadas como exercícios em várias abordagens, como a abordagem humanista e positiva.
Quando o paciente já possui uma facilidade com a escrita ou a contação de histórias, é ainda mais fácil aplicar a terapia narrativa.
Pacientes que possuem o hábito de escrever em um diário podem conversar com o psicólogo sobre a possibilidade de adotar essa prática caso o profissional já não tenha falado sobre o assunto.
Geralmente, pessoas com a personalidade mais rígida, que não se permitem fazer exercícios de imaginação ou revisitar acontecimentos de outro ângulo, possuem uma dificuldade maior de praticar a técnica de narrativas.
Como criar narrativas para ajudar no bem-estar?
Confira, abaixo, algumas maneiras de implementar as narrativas na sua vida para promover bem-estar e saúde mental.
1. Escreva sobre um ou mais acontecimentos
Se você possui arrependimentos acerca de uma situação, descreva o acontecimento.
Além de elencar os fatos, discorra sobre como você se sentiu e como aquele evento impactou a sua vida.
Em seguida, analise com esses fatores interferem na sua vida atual, como, por exemplo, nas suas decisões e autoimagem.
Por exemplo, uma pessoa que teve um término de relacionamento traumático, pode passar a ter medo de relacionamentos, ter problemas para confiar nas pessoas, fugir de momentos de vulnerabilidade, entre outros comportamentos.
Tudo isso tem como base uma história que surgiu após o término.
Assim, para ter uma interpretação saudável do ocorrido, é preciso alterar as bases dessa história.
De um único acontecimento, podem ser feitas inúmeras interpretações.
É por isso que pessoas que passaram pela mesma experiência possuem opiniões diferentes sobre ela.
Então, substitua interpretações negativas por interpretações que te ajudam a cultivar o amor-próprio e a seguir adiante.
2. Analise as suas reações
Outro caminho que pode ser tomado a partir do exercício anterior é analisar as reações que você teve ao acontecimento. Elas são recorrentes? Causam sofrimento? Elas causaram consequências ruins?
Por exemplo, uma pessoa que reage com raiva a acontecimentos corriqueiros ou grandes eventos, normalmente sofre uma série de consequências negativas.
Ela engrandece o problema, se estressa e afasta pessoas queridas.
Mudar um traço de personalidade pode ser muito difícil a princípio, então você pode focar em alterar o seu comportamento.
Se você reage com raiva, ansiedade ou autopiedade, procure respirar fundo no calor do momento e mudar as suas reações.
3. Crie significados
A vida não possui um ‘significado universal’, o qual faz sentido para todas as pessoas.
Assim, cada indivíduo tem uma visão de mundo que compartilha ideias e convicções com outras visões.
Nós podemos, portanto, criar significados para as nossas experiências, objetivos de vida e personalidade.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...