Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) surge, como o próprio nome indica, após a vivência direta ou indireta de um evento traumático.
Lidar com traumas costuma ser desafiador por inúmeros fatores: as lembranças do ocorrido despertam sensações desagradáveis, o medo de sofrer algo semelhante toma conta e não raro as pessoas adotam comportamentos pouco saudáveis para lidar com as emoções negativas decorrentes do trauma.
Quando os efeitos são persistentes, eles podem interferir na vida diária da pessoa traumatizada. Embora o trauma possa fazer com que ela se sinta constantemente vulnerável e impotente, é possível reencontrar a paz interior e saúde mental com a ajuda de psicólogos.
O que é Transtorno de Estresse Pós-Traumático?
Caracterizada por reações disfuncionais ao evento traumático, essa condição pode facilmente reduzir a qualidade de vida das pessoas traumatizadas. Situações que caracterizam trauma normalmente são aquelas em que sentimentos de medo, horror ou desespero são sentidas de modo intenso.
Agressão sexual, desastres naturais ou provocados pelo homem, combate em conflitos armados, assalto, acidentes de trânsito, sequestro, agressão física e outras situações que levam as pessoas a se preocuparem com suas vidas costumeiramente causam reações fortes.
No entanto, uma pessoa pode desenvolver TEPT ao viver qualquer experiência considerada avassaladora para ela, mesmo que não se encaixe nos cenários citados anteriormente.
A vivência desses eventos pode ser tanto direta (a pessoa sofre a ação) quanto indireta (a pessoa presencia a ação). Da mesma forma, a pessoa com essa condição pode ter passado por somente uma situação traumática ou, como ocorre com frequência, múltiplas situações traumáticas.
De acordo com o DSM-V, aproximadamente 4% dos adultos sofrem dessa condição anualmente. Ela pode durar cerca de um mês ou se estender por vários meses e até anos. Nos casos mais graves, a pessoa tem dificuldade para levar uma vida normal por ser constantemente acometida por lembranças do trauma.
Sintomas do transtorno de estresse pós-traumático
A primeira aparição dos sintomas é variável, dependendo da capacidade da pessoa de administrar o estresse. Eles podem surgir tanto logo após o evento traumático quanto seis meses depois. Os sintomas podem ser divididos em quatro categorias, conforme elaborado abaixo.
1. Sintomas intrusivos
A situação traumática pode se repetir constante e involuntariamente na mente das pessoas traumatizadas. As memórias são angustiantes e desesperadoras.
A sua recorrência pode causar flashbacks, quando a pessoa sente ou age como se estivesse revivendo o mesmo acontecimento desagradável. Essas reações dissociativas fazem com que ela sinta a mesma dor vivida na ocasião e podem causar ataques de pânico.
O trauma também é revivido através de sonhos recorrentes. Em circunstâncias graves, eles podem causar terror noturno mesmo em adultos. As crianças traumatizadas normalmente têm pesadelos, mas não conseguem identificar o conteúdo deles.
A pessoa traumatizada pode manifestar todos esses sintomas ao entrar em contato com elementos internos e externos que remetem ao trauma. Os gatilhos podem ser um som, ação, conversa, lugar ou cheiro específico.
2. Sintomas de esquiva
Pessoas traumatizadas evitam quaisquer estímulos associados ao acontecimento traumático. Esse comportamento de esquiva é identificado logo após a ocorrência do evento. Elas evitam ou tentam evitar recordações, pensamentos ou sentimentos desagradáveis acerca do que aconteceu.
Elas também procuram evitar gatilhos que despertem recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes sobre o evento traumático. Da mesma forma, eles podem ser pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos e situações específicas.
3. Efeitos negativos no humor e pensamentos
Esses sintomas do transtorno de estresse pós-traumático consistem na incapacidade de se lembrar de detalhes importantes do evento traumático em razão da amnésia dissociativa.
A pessoa traumatizada também pode desenvolver crenças negativas a respeito de si mesma, dos outros e do mundo. Por exemplo, ela pode passar a acreditar que é uma pessoa má, por isso, mereceu passar por aquela situação, ou começar a desconfiar de todos a sua volta.
Esses pensamentos aumentam o sentimento de culpa pelo que aconteceu, o qual também pode ser transferido para pessoas próximas. Por exemplo, “se X indivíduos estivessem comigo naquela hora, o evento traumático não teria acontecido”.
A partir dessas conclusões equivocadas, a pessoa traumatizada pode ficar com raiva de quem não tem relação nenhuma com o acontecimento ruim.
Outro sintoma comum é um estado emocional perpetuamente negativo. Medo, vergonha, raiva e culpa são emoções comuns. Elas podem incentivar a pessoa a se distanciar de seus relacionamentos e cessar a participação em atividades antes consideradas significativas.
4. Alteração no estado de alerta e reações
O estado emocional negativo da pessoa traumatizada pode causar reações intensas de raiva diante de situações comuns, como agressão física ou verbal. Comportamentos imprudentes que podem resultar em ferimentos ou riscos para a própria vida e a dos outros também são sintomas comuns dessa categoria.
A hipervigilância é outro sintoma comum. Consiste em estar em alerta constante, como se uma ameaça pudesse aparecer a qualquer momento. A pessoa tem dificuldade de se desligar dos seus arredores, colaborando para o aumento do estresse.
Consequentemente, ela pode ter problemas de concentração e perturbação do sono, como insônia, pesadelos ou sono entrecortado.
Tratamentos para o transtorno de estresse pós-traumático
A recuperação do TEPT é um processo gradual cuja duração e velocidade dependem do relacionamento de cada paciente com o trauma. É preciso ter paciência para que mudanças positivas no comportamento, estado emocional e pensamentos comecem a ser feitas.
A psicoterapia é o principal tratamento para o transtorno de estresse pós-traumático. Uma das técnicas utilizadas no acompanhamento psicológico é a terapia de exposição, a qual consiste na exposição controlada e gradual aos elementos associados ao trauma.
O psicólogo pode pedir ao paciente que se imagine na situação desagradável para aprender a responder bem à ansiedade, medo e angústia causadas por ela. Por vezes, ele também é incentivado a se imaginar no controle da situação.
Como esse exercício pode ser muito estressante, o paciente precisa sentir que tem apoio não apenas do profissional, mas de pessoas queridas. Caso contrário, ele pode reagir intensamente às memórias negativas e agravar o trauma. É aconselhável procurar um médico com especialidade nessa técnica para que ela seja bem executada.
A terapia também pode focar em preservar ou reconstruir relacionamentos afetados pelo evento traumático. Dessa maneira, a pessoa traumatizada torna a sua atenção para outros componentes de sua vida além do trauma.
É útil que tanto os pacientes quanto os entes queridos, colegas e amigos entendam como ela pode afetar o comportamento das pessoas traumatizadas. O TEPT pode desestruturar as relações familiares já abaladas em razão do ocorrido traumático.
Sendo assim, consultas com membros da família, cônjuges e outras pessoas próximas também podem ser benéficas para os relacionamentos.
Como lidar com o transtorno de estresse pós-traumático no dia a dia?
Conviver com essa condição pode ser difícil e desanimador. Pessoas traumatizadas se sentem fracas e impotentes com frequência. Assim, elas são mais suscetíveis a desenvolver comportamentos nocivos à saúde, ter depressão e alimentar pensamentos nada produtivos durante o dia.
Para ter uma vivência mais agradável mesmo com os sintomas do TEPT, é possível:
Retomar o seu senso de propósito
É importante lembrar a si mesmo de que você é forte e desenvolver estratégias para lidar com os sintomas e momentos ruins. Uma das melhores maneiras de alcançar esses objetivos é se colocar em uma posição de controle sobre a sua própria vida.
Fazer voluntariado, doar sangue ou fazer doações para uma caridade local, por exemplo, são situações que ajudam as pessoas a se sentirem úteis e poderosas. Elas também proporcionam o contato com realidades distintas, combatendo pensamentos demasiadamente negativos sobre o mundo.
Buscar formas de controlar o estresse
Como já é preciso encarar uma carga de estresse além do normal na vida diária, pessoas com TEPT devem procurar maneiras de conservar o seu bem-estar emocional.
Técnicas de relaxamento e de respiração profunda, bem como a prática de atividades que reduzem e controlam a ansiedade (meditação, caminhada, yoga, hobbies, por exemplo) são fundamentais.
Além de deixá-los tranquilos por um período maior, essas técnicas ajudam pacientes a se prepararem para o tratamento de exposição às memórias do trauma.
Ter hábitos saudáveis
Os sintomas do transtorno de estresse pós-traumático podem ser extenuantes para a mente e o corpo. É importante cuidar de si mesmo e ter uma rotina saudável. Para isso, adote hábitos positivos, tais como:
- Dormir e acordar nos mesmos horários
- Praticar exercícios físicos regularmente
- Ter uma dieta balanceada
- Cultivar relacionamentos de qualidade
- Reservar um tempo para o relaxamento diariamente
- Ser grato por estar bem hoje
- Evitar álcool
- Elevar a autoestima através da terapia
Psicólogos para Estresse pós-traumático
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...
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