Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
Ninguém gosta de ficar doente. Quando adoecemos, somos acometidos por um mal-estar generalizado, sentimos dor e temos dificuldade para manter o bom humor.
Mas, contrair uma gripe ou um mal-estar súbito é normal e costuma acontecer de tempos em tempos. Mesmo quem é detentor de uma imunidade forte, acaba adoecendo de vez em quando.
A maioria não pensa que pode ficar doente. As pessoas lidam com os sintomas das doenças e resfriados quando eles se manifestam.
Dessa maneira, não se estressam tanto quanto quem se preocupa demasiadamente com a possibilidade de ficar doente.
A preocupação é benéfica para a saúde até certo ponto. Ela nos encoraja a ter atitudes para prevenir patologias graves e desfrutar de qualidade de vida na idade avançada.
Por exemplo, as pessoas praticam exercícios físicos para prevenir a obesidade, cuidar da saúde do coração e regular o nível de açúcar no sangue.
Quando a preocupação se transforma em medo de ficar doente, quaisquer pequenos incômodos são razões para uma grande ansiedade. Segundo psicólogos, esse temor pode causar danos a diversas áreas da vida se não tratado.
De onde vem o medo de ficar doente?
O medo de ficar doente, também chamado de hipocondria ou de transtorno de ansiedade de doença, é caracterizado pelo medo excessivo de adquirir uma doença grave.
Ele tende a começar no início da vida adulta, mas também pode aparecer em pessoas com idades avançadas.
O indivíduo pode desenvolver uma obsessão com a possibilidade de contrair uma patologia, ainda que esteja totalmente saudável, a partir de experiências negativas de vida, histórico de enfermidades na família, medo adquirido dos pais ou como resultado de outras condições, como ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e síndrome do pânico.
Por exemplo, o sofrimento com uma doença na infância pode despertar o medo de sofrer com ela novamente na vida adulta ou de sofrer com patologias com sintomas ou gravidade semelhantes.
Da mesma forma, durante uma pandemia ou epidemia, o medo de adoecer pode ganhar novas proporções devido à falta de informação sobre a situação e o número elevado de contágios.
Já pessoas ansiosas possuem mais suscetibilidade a desenvolver fobias e temores irracionais por se preocuparem em demasia com cenários inexistentes.
Elas acreditam que as suas preocupações podem se concretizar, mas é impossível ter certeza sobre o futuro.
Passam muito tempo contemplando o amanhã e se imaginam contraindo doenças, internadas no hospital, recebendo cuidados dos familiares, entre outros cenários desagradáveis.
À medida que a ansiedade alimenta pensamentos como esses, esses pensamentos fortalecem a ansiedade. O indivíduo ansioso eventualmente adentra um ciclo de sofrimento e apreensão.
Assim, a preocupação com o que pode acontecer ao ficar doente adquire níveis incondizentes com a realidade e se transforma em medo ou pânico.
Sintomas do medo de ficar doente
O medo de ficar doente é observado através dos comportamentos e preocupações da pessoa hipocondríaca.
Ela é mais cuidadosa com a higiene pessoal e o contato com o outro do que as demais por temer possíveis contaminações.
Ela se perde em divagações trágicas sobre o que poderia acontecer com ela, a sua família e o seu modo de vida ao contrair uma doença grave.
Quando fica gripada, passa o tempo destinado à recuperação se preocupando com a possibilidade da gripe se agravar.
A preocupação é voltada para as possíveis implicações dos sintomas em vez do desconforto causado por eles no momento.
Abaixo, confira os sinais mais comuns de que alguém tem medo de ficar doente:
- Autoexame frequente (analisar se a garganta está vermelha, verificar se há lesões na pele);
- Alarme diante do surgimento de sintomas;
- Necessidade de consultar médicos com frequência;
- Hábitos exagerados de limpeza;
- Necessidade de fazer exames para se certificar que não está doente;
- Desconfiança do diagnóstico. Normalmente, a pessoa pensa que está mais doente do que realmente está;
- Medo de se consultar com médicos e descobrir uma condição grave;
- Automedicação;
- Buscar informações incessantemente sobre doenças;
- Reclamações constantes sobre dores e mal-estar;
- Exagerar o incômodo provocado pelos sintomas; e
- Necessidade de evitar certos lugares e pessoas para não se contaminar.
Como visto, os sintomas da hipocondria são um tanto contraditórios. Ao mesmo tempo em que a pessoa pode buscar assistência médica sem necessidade, ela pode evitar visitas ao hospital quando estritamente necessário.
Como lidar com o medo de ficar doente?
O medo de adoecer pode ser tão profundo que o indivíduo hipocondríaco opta por evitar encontrar pessoas e frequentar certos ambientes, especialmente onde há aglomerações.
Como essa condição tende a ser crônica e oscilar entre períodos de mais ou menos intensidade, o indivíduo também pode ter dificuldade para levar uma vida tranquila. A sua performance no trabalho e os seus relacionamentos podem sofrer com seus comportamentos obsessivos e esquivos.
Da mesma forma, a ansiedade pode crescer dependendo da situação do mundo, como, por exemplo, se está ocorrendo uma epidemia de dengue ou de gripe.
Como não há nada a fazer nesses cenários, o indivíduo costuma ter muita dificuldade para controlar as suas emoções e pensamentos catastróficos. Falta inteligência emocional para prevenir o pânico e pessimismo.
A hipocondria pode evoluir, ainda, para uma condição mais grave e começar a causar crises de ansiedade abruptas.
Elas possuem potencial para prejudicar o aproveitamento do cotidiano do indivíduo com temor de adoecer uma vez que ele pode passar a ter medo de ter novas crises.
Dessa maneira, o medo continua sendo um fator predominante em sua vida.
Para ajudar você a ter controle sobre o medo de ficar doente, separamos quatro dicas abaixo.
1. Visite um psicólogo
Visite um psicólogo para entender de onde vem o medo irracional de adoecer. Se você passou por uma experiência negativa, a terapia pode ajudá-lo a compreender que a situação atual é diferente da do passado.
Do mesmo modo, pode identificar sintomas da ansiedade que passam despercebidos por você no cotidiano e tratá-los para que deixem de causar sofrimento.
O acompanhamento psicoterapêutico se faz necessário em casos de medo desproporcional de doenças para evitar que o indivíduo desenvolva uma condição de saúde mental grave, além de ajudá-lo a ter mais qualidade de vida.
2. Foque na prevenção
Ter um estilo de vida saudável é a maneira mais adequada de prevenir doenças, sejam graves ou não. Por essa razão, é importante que você conceda atenção especial aos seus hábitos diários.
Praticar exercícios físicos regularmente, ter uma alimentação saudável, evitar o consumo excessivo de bebidas alcóolicas, optar por não fumar e ter uma rotina regular do sono ajudam a manter o corpo e a mente saudáveis.
Também é preciso visitar o médico para fazer um check-up periódico, sem temer encontrar alguma condição irreversível. Converse com o especialista quando receber o resultado dos exames para esclarecer dúvidas de saúde e ficar tranquilo.
Lembre-se das palavras dele sempre que o medo começar a crescer dentro de você.
3. Encontre o equilíbrio entre a emoção e a lógica
Se você não possui histórico familiar de câncer, por exemplo, faz sentido você se preocupar demasiadamente com essa doença? Se hoje você está com saúde faz sentido se preocupar com a possibilidade de algum dia contrair uma doença?
Muitas vezes, o medo de ficar doente não se justifica. É a emoção falando mais alto que a razão.
Deste modo, sempre que você perceber pensamentos ansiosos se formando em sua mente, converse com eles de maneira ordenada e lógica.
Diga a si mesmo que o medo, neste momento, não é justificável porque não há sintomas de patologias graves.
Já se você estiver doente, mantenha o seu foco na realidade dos sintomas e não no que pode acontecer no futuro.
4. Gerencia os níveis de estresse
O estresse do dia a dia pode, sem você perceber, atrapalhar o seu discernimento sobre a realidade e alimentar a ansiedade.
Pensamentos negativos costumam se alojar em nossas mentes quando estamos estressados com uma situação específica ou com a maneira como estamos levando as nossas vidas.
Sendo assim, aprenda a gerenciar o estresse no cotidiano.
Desenvolva estratégias para lidar com o mal-estar emocional e psicológico quando você sentir o peso da sobrecarga.
Por exemplo, fazer uma caminhada, receber uma massagem relaxante, viajar no fim de semana ou em feriados prolongados, praticar meditação, escrever sentimentos em um diário e, é claro, fazer terapia!
Adote estratégias que você pode facilmente efetuar no seu dia a dia, levando em consideração a disponibilidade de horários e o gosto pela atividade.
Caso contrário, você pode vê-las como uma obrigação em vez de um benefício para a sua saúde.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...
otimo – o “medo de ficar doente” pode ser também uma estratégia de esquiva – e uma possibilidade clínica pode ser o treino da assertividade como recurso para conter a cadeia de condutas no repertório do obsessivo – inclusive na forma delirante – agradeço por partilhar recursos clínicos porque o tratamento da hipocondria é desafiante
Muito bom gostei muito
Olá! Obrigada pelo seu feedback!
Eu tenho 57 anos tenho tanto medo de ficar doente numa cama e depender dos outros ,quando eu pensso nisso da vontade de morrer.
Olá, Elizabeth! Avalie a possibilidade de bater um papo com um psicólogo e, quem sabe, iniciar um processo terapêutico para entender melhor sobre esse medo.